Procura ainda é maior que a oferta legal

Mato Grosso deve voltar a plantar sementes de algodão transgênico piratas. Na safra passada foram registrados no Estado, segundo dados da Associação Nacional de Produtores de Sementes (Abrasem), o cultivo de 200 mil hectares de sementes transgênicas sem certificação. Este ano, com a pouca disponibilidade de sementes, 70 mil sacos para todo o país (100 mil hectares), os produtores deverão fazer uso do excedente da safra passada.

Para o especialista da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Wilhelmus Uitdewilligen, a perspectiva não procede já que, segundo estima, a produção de algodão transgênico no Estado deve ser reduzida. "As variedades disponíveis junto com o evento de controle dos insetos não são as mais plantadas em Mato Grosso".

A principal queixa dos produtores é sobre a limitação da experimentação legal com transgênicos. Uitdewilligen argumenta que com essa variedade haverá redução de 4 a 5 aplicações de inseticidas para o controle de lagartas. A economia prevista é de cerca de R$ 100 por hectare. No entanto, acredita que se fosse utilizada uma cultivar mais "interessante" para o Estado, que envolve resistência ao glifosato, poderia trazer vantagens de até U$ 300 por hectare. "Dependendo é claro do valor da taxa tecnológica".(RR)