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Domingo - 15 de Outubro de 2006 às 02:32

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Para coibir as ações desses profissionais despreparados, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica divulga, por meio do seu site (www.cirurgiaplastica.org.br), que os pacientes desconfiem de médicos que oferecem técnicas novas e dados científicos surpreendentes, como cirurgias sem cicatrizes, indolores, sem hematomas ou edemas.

"Cirurgias sempre deixam marcas, algumas muito discretas, outras nem tanto, o que se consegue é que fiquem dissimuladas ou desapareçam com o tempo. Substâncias revolucionárias à época, como o silicone líquido, e que foram injetadas sem critério para preencher os tecidos, mostraram-se bombas de efeitos devastadores após vários anos", alerta o SBCP.

O site da sociedade informa ainda sobre a forma abusiva como a Bioplastia e a Lipolight têm sido usadas.

A bioplastia é um procedimento sem cortes, que consiste na aplicação de um produto sintético no rosto e no corpo, para restabelecer volumes e preencher sulcos e rugas. A Vigilância Sanitária liberou a venda do produto em seringas de 1ml para a correção de pequenos defeitos. Porém, alguns médicos têm utilizado até 500 ml para procedimentos como aumento de glúteos.

Em comunicado, a SBCP garante que "é sempre muito perigoso o uso inadequado de produtos médicos que não têm respaldo científico suficiente e de longo prazo e que não foram devidamente testados e autorizados para a indicação diferente da original. Existe um grande risco de infecções e complicações crônicas com o uso do produto, que fica integrado aos tecidos em que foi implantado. Já começam a surgir casos documentados de grandes áreas de necrose, infecções recentes e tardias de difícil controle local e até a cegueira".

Assim como a bioplastia, a lipolight vem sendo usada sem critério. A técnica deveria ser aplicada na retirada de gordura localizada de pequenas áreas do corpo. Embora seja mais simples que a lipoaspiração convencional, o método não dispensa um aparato médico, como anestesistas e procedimento dentro de centro cirúrgicos.

O cirurgião plástico Jubert Sanches Cibantos Filho explica que o problema é que pseudos-cirurgiões usam a lipolight como um método tradicional e retiram grande quantidade de gordura, usando altas doses de anestésico local, que podem ocasionar a morte do paciente. Outro ponto importante a ser destacado é o local usado por esses profissionais, que optam por clínicas pouco equipadas ou o próprio consultório. "São ambientes inadequados para um procedimento invasivo. Isso pode resultar em uma infecção grave". (RF)




Fonte: A Gazeta

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