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Internacional
Sábado - 14 de Outubro de 2006 às 21:50

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Nações Unidas, 14 out (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje por unanimidade uma resolução que impõe sanções comerciais e armamentistas à Coréia do Norte por ter realizado seu primeiro teste atômico, mas exclui a opção militar.

A resolução foi lida pelo presidente rotativo do Conselho, o embaixador do Japão, Kenzo Oshima, antes de sua adoção pelos quinze Estados-membros do principal órgão de decisão da ONU.

O texto suaviza as inspeções dos navios que partem ou que tem como destino o país asiático, que constavam em uma versão redigida pelos EUA e que circulava na sexta-feira pelo órgão.

Na resolução finalmente aprovada, essa medida fica a critério dos países que podem ser afetados, e em sua aplicação está excluído o uso de recurso militar.

Também foi amenizado o embargo dos produtos químicos nos fluxos comerciais com o regime de Pyongyang. Essa era a outra exigência apresentada pela China, vizinho e principal aliado da Coréia do Norte, para apoiar o documento.

Ambas as condições foram objeto de negociação até o último minuto, depois de o embaixador chinês na ONU, Wang Guangya, ter se mostrado contra medidas que prejudiquem os países limítrofes e "possam afetar a estabilidade da região".

Guangya expressou a necessidade de evitar "provocações" que aumentem a tensão com a Coréia do Norte, que advertira previamente que consideraria uma "declaração de guerra" a aprovação de sanções pelo Conselho de Segurança.

A advertência foi reiterada pelo embaixador da Coréia do Norte na ONU, Pak Gil Yon, após a adoção da resolução.

"A República Democrática Popular da Coréia rejeita como injustificável a resolução 1.718 e, caso os EUA aumentem a pressão, a considerará uma declaração de guerra e continuará tomando medidas de resposta", disse Pak Gil Yon em um discurso no Conselho.

A resolução exige que o regime de Pyongyang suspenda de maneira imediata suas atividades nucleares, e proíbe a venda ou transferência para a Coréia do Norte de qualquer tipo de material relacionado a armas "não convencionais".

Também contempla o bloqueio aéreo ao país e impede a exportação de proibição de exportar artigos de luxo, além de incluir o bloqueio das contas no exterior de autoridades do regime de Pyongyang.

O documento exige que o país asiático retome sem reservas nem condições prévias as conversas as conversas multilaterais do grupo formado por China, Rússia, EUA e Japão, além das duas Coréias, sobre seu programa atômico, que estão suspensas desde novembro de 2005.

Também pede que acate imediatamente ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

A adoção da resolução aconteceu pouco depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, dizer que o Conselho de Segurança aprovaria um documento "forte", que deixaria claro que a ONU não permite "a atitude desafiante" da Coréia do Norte.

"Enviaremos uma clara mensagem ao regime norte-coreano no sentido de que suas ações não serão toleradas", disse Bush hoje em seu habitual discurso radiofônico dos sábados.

Os EUA queriam que a adoção das sanções ocorresse ao mesmo tempo que a proclamação na sexta-feira do novo secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, cujo processo de eleição coincidiu em seu último momento com os planos nucleares norte-coreanos.

Washington não conseguiu esse propósito devido à exigência de Pequim e, em menor medida, de Moscou para diminuir as medidas punitivas, o que adiou por algumas horas a aprovação.

A resolução contra a Coréia do Norte neste fim de semana permite, no entanto, ao Governo americano preparar com margem sua campanha para tentar que o Conselho de Segurança adote em seguida medidas contra o regime de Teerã.

Os EUA pretendem que a suposta intenção do Irã de obter o armamento atômico seja revista já na próxima semana no Conselho, para a adoção de sanções contra esse país.

"Hoje mandamos uma clara mensagem à Coréia do Norte e aos que querem a proliferação (de armas nucleares) sobre as sérias repercussões de seus programas de armamento de destruição em massa", disse o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton.

O diplomata americano fez essa declaração após expressar sua satisfação pela resolução contra o regime de Pyongyang.





Fonte: EFE

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