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Internacional
Sábado - 14 de Outubro de 2006 às 16:56

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Movimentos sociais equatorianos pediram hoje a renúncia de Rafael Bielsa, chefe da missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Equador, "por haver permitido que se dêem às condições para a fraude e por não ter cumprido sua missão com imparcialidade", disseram.

Os grupos acusam o argentino Bielsa de "não ter denunciado que a Corte Suprema Eleitoral, três dias antes da eleição, fez mudanças na lei de distribuição de cadeiras para favorecer a ''partidocracia'' e permitir que tenha novamente o controle do Congresso Nacional".

Opositores dos partidos políticos tradicionais chamam de "partidocracia" os que formam esses grupos e trabalham apenas em benefício da elite, em detrimento à maior parte da população.

Os movimentos também acusam Bielsa de "ignorar" o pedido de professores da Escola Politécnica Nacional para fazer uma auditoria no software que será utilizado para o processamento rápido de dados, pois consideram que "não é seguro".

Do mesmo modo, acusam Bielsa de "não ter feito nada em relação à abertura da conta de gastos de campanha de Álvaro Noboa, que excedeu amplamente as despesas permitidas", segundo Eduardo Delgado, representante dos movimentos sociais.

Delgado também acusa Bielsa de "não ter feito nada sobre a entrega do registro civil" à Prefeitura social-cristã de Guayaquil, "sabendo que de lá sai o censo eleitoral, o que pode favorecer a fraude".

O prefeito da cidade portuária de Guayaquil, a mais povoada do Equador, é Jaime Nebot, do Partido Social-Cristão, mesmo da única candidata mulher para as eleições de amanhã, Cynthia Viteri.

Delgado, do acordo nacional "Diputados, no Constituyente, sí - Movimientos Sociales", protagonizou junto com cerca de dez colegas um protesto na sala de espera de um hotel de Quito.

Quando Xavier Cazar, presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, passou pelo local, aumentaram os gritos de "abaixo a fraude", que os integrantes dos movimentos sociais repetiram com insistência.

Delgado disse que "exigem que, de maneira imparcial, se defenda a liberdade de voto popular no país".

Além disso, Delgado denunciou que Bielsa "se dirigiu com palavras descomedidas aos setores e movimentos sociais, quase defendendo a postura do outro setor, quando o que queremos é imparcialidade e que estes sérios indícios de fraude sejam investigados".

"Não confiamos nesta delegação da OEA e especialmente em Rafael Bielsa, por isso pedimos que renuncie a seu cargo de chefe da missão da OEA e que outro delegado seja nomeado, para que faça o que tem que ser feito em uma missão: investigar as denúncias de uma possível fraude", afirmou Delgado.





Fonte: EFE

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