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Milionário e messiânico, Álvaro Noboa quer governar o Equador
O multimilionário Álvaro Noboa se considera um rei Midas, que transforma tudo o que toca em ouro. Mas uma quase obsessão dele desde 1998 continua lhe escapando pelos dedos, após duas tentativas: a Presidência do Equador.
O advogado de 56 anos, originário da cidade de Guayaquil, tem interesses nos setores de farinha, café, finanças e mercado imobiliário. Mas a jóia da sua coroa é o seu negócio de exportação de bananas, um dos cinco maiores do mundo.
Embora se apresente como um "outsider" disposto a transformar o país em um modelo de capitalismo, Noboa não é um novato na política e sabe aproveitar a seu favor a riqueza e as falhas da instável democracia equatoriana.
Aposta assim numa mistura de discurso messiânico e doação de comida a milhares de pobres que o seguem para chegar ao palácio de Carondolet, a velha sede colonial do governo no centro de Quito, muito distante do seu confortável apartamento na Quinta Avenida de Nova York.
"Até quem tem 80 anos se casa. A oportunidade nunca passa", afirmou ele em recente entrevista, justificando a sua nova candidatura, depois das derrotas em 1998 e 2002.
O rechonchudo empresário não hesita em afirmar em comícios que sua fixação pela Presidência é uma missão divina e que seus inimigos, incluindo o líder nas pesquisas de intenção de voto, Rafael Correa, são reféns do diabo.
"Todos somos enviados de Deus. Mas não disse que eu seja o único enviado de Deus. O diabo agarrou bem (os adversários), e espero que Deus os salve", disse numa entrevista.
Atualmente, ele disputa o segundo lugar nas intenções de voto com o socialista moderado León Roldós.
Noboa chegou à vida pública pelas mãos do ex-presidente populista Abdalá Bucaram, que em 1996 o nomeou diretor da Junta Monetária, uma espécie de gabinete econômico, o que lhe ajudou a resolver uma complicada e obscura disputa familiar pela herança de seu pai.
Depois da destituição de Bucaram, Noboa concorreu à Presidência com o apoio do partido do ex-presidente, em 1998. Perdeu para Jamil Mahuad (deposto em 2000 num golpe militar) e afirmou ter sido vítima de uma fraude.
Na segunda candidatura, Noboa se separou de Bucaram e criou o Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), uma espécie de "usina de reciclagem" para figuras de outros partidos que têm como único objetivo conseguir a Presidência para o seu líder.
Noboa acabou sendo novamente derrotado, desta vez para o militar da reserva Lucio Gutiérrez, destituído pelo Congresso em abril de 2005 por causa de uma intervenção na Corte Suprema.
No dia seguinte à derrota em 2002, Noboa, acusado de explorar trabalhadores e empregar crianças nas plantações de banana, começou sua campanha de mídia para as eleições seguintes.
Desde 2005, ele aparece regularmente na TV e nos jornais. Sua esposa, Annabela Azin, lidera brigadas médicas que vão a pequenos povoados oferecendo casas, medicamentos, cadeiras de rodas, alimentos e dinheiro —em troca de votos, naturalmente.
"Não sou demagogo, digo o que sai do meu coração. Entrego o que sai do meu bolso e trabalho com o que sai da minha cabeça e do meu músculo", afirmou.
Mas seus críticos nos setores ricos das grandes cidades dizem que ele não terá como cumprir as promessas de mais trabalho e melhores salários, e que pode haver um conflito de interesse entre seu eventual governo e seu império privado.
Noboa promete incentivos fiscais a investidores estrangeiros e congelamento das tarifas de serviços públicos e combustíveis, além de redução de gastos públicos para equilibrar as contas estatais.
O advogado de 56 anos, originário da cidade de Guayaquil, tem interesses nos setores de farinha, café, finanças e mercado imobiliário. Mas a jóia da sua coroa é o seu negócio de exportação de bananas, um dos cinco maiores do mundo.
Embora se apresente como um "outsider" disposto a transformar o país em um modelo de capitalismo, Noboa não é um novato na política e sabe aproveitar a seu favor a riqueza e as falhas da instável democracia equatoriana.
Aposta assim numa mistura de discurso messiânico e doação de comida a milhares de pobres que o seguem para chegar ao palácio de Carondolet, a velha sede colonial do governo no centro de Quito, muito distante do seu confortável apartamento na Quinta Avenida de Nova York.
"Até quem tem 80 anos se casa. A oportunidade nunca passa", afirmou ele em recente entrevista, justificando a sua nova candidatura, depois das derrotas em 1998 e 2002.
O rechonchudo empresário não hesita em afirmar em comícios que sua fixação pela Presidência é uma missão divina e que seus inimigos, incluindo o líder nas pesquisas de intenção de voto, Rafael Correa, são reféns do diabo.
"Todos somos enviados de Deus. Mas não disse que eu seja o único enviado de Deus. O diabo agarrou bem (os adversários), e espero que Deus os salve", disse numa entrevista.
Atualmente, ele disputa o segundo lugar nas intenções de voto com o socialista moderado León Roldós.
Noboa chegou à vida pública pelas mãos do ex-presidente populista Abdalá Bucaram, que em 1996 o nomeou diretor da Junta Monetária, uma espécie de gabinete econômico, o que lhe ajudou a resolver uma complicada e obscura disputa familiar pela herança de seu pai.
Depois da destituição de Bucaram, Noboa concorreu à Presidência com o apoio do partido do ex-presidente, em 1998. Perdeu para Jamil Mahuad (deposto em 2000 num golpe militar) e afirmou ter sido vítima de uma fraude.
Na segunda candidatura, Noboa se separou de Bucaram e criou o Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), uma espécie de "usina de reciclagem" para figuras de outros partidos que têm como único objetivo conseguir a Presidência para o seu líder.
Noboa acabou sendo novamente derrotado, desta vez para o militar da reserva Lucio Gutiérrez, destituído pelo Congresso em abril de 2005 por causa de uma intervenção na Corte Suprema.
No dia seguinte à derrota em 2002, Noboa, acusado de explorar trabalhadores e empregar crianças nas plantações de banana, começou sua campanha de mídia para as eleições seguintes.
Desde 2005, ele aparece regularmente na TV e nos jornais. Sua esposa, Annabela Azin, lidera brigadas médicas que vão a pequenos povoados oferecendo casas, medicamentos, cadeiras de rodas, alimentos e dinheiro —em troca de votos, naturalmente.
"Não sou demagogo, digo o que sai do meu coração. Entrego o que sai do meu bolso e trabalho com o que sai da minha cabeça e do meu músculo", afirmou.
Mas seus críticos nos setores ricos das grandes cidades dizem que ele não terá como cumprir as promessas de mais trabalho e melhores salários, e que pode haver um conflito de interesse entre seu eventual governo e seu império privado.
Noboa promete incentivos fiscais a investidores estrangeiros e congelamento das tarifas de serviços públicos e combustíveis, além de redução de gastos públicos para equilibrar as contas estatais.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/268633/visualizar/
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