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Mudança de foco na auditoria pode ajudar a Educação, diz palestrante
“Pior do que o erro é deixar o erro se perpetuar.” Foi com essa máxima que o mestre em educação Marcus Vinícius de Azevedo Braga ilustrou os desafios da auditoria e controle externo nas questões que envolvem a educação. As palestras foram realizadas durante esta sexta-feira, dia 1° de março na capacitação dos servidores do Tribunal de Contas sobre “Controle da Política Educacional”.
O professor falou sobre os principais problemas de gestão da Educação do Brasil, mas alertou para que o trabalho de fiscalização não fique limitado ao apontamento sucessivo de problemas. “Não podemos ficar somente na falha, é preciso focar também na melhoria do sistema”, disse Braga.
Ele usou como exemplo, as ações pela Controladoria-Geral da União – CGU na auditoria de bolsas de estudos e eventos realizados pelo Ministério da Educação (MEC). Por outro lado, mostrou com fotos e relatos a dura realidade de algumas escolas nos municípios do interior no nordeste do país.
Braga é incisivo na importância da fiscalização. “O desvio de finalidade é amigo da corrupção. Onde não há controle e nem transparência, as irregularidades se criam.” Entretanto, ele explicou que as principais falhas não ocorrem por um fato isolado, mas sim pela fragilidade do sistema. “Temos que atacar as questões gerenciais com um trabalho mais educativo. Pra não ficar "enxugando o gelo".”
Um exemplo apontado pelo professor foi o transporte escolar. “Ao invés de apontar irregularidades todos os anos em relação aos gastos com a contratação desse serviço, a fiscalização poderia contribuir para a criação de normas para que o problema não voltasse a acontecer.” Segundo o professor, isso seria agir no sistema e não só no problema isoladamente.
Durante a tarde, os servidores do Tribunal de Contas participaram de mais duas palestras sobre as peculiaridades da auditoria na gestão em educação. Foram feitas recomendações sobre o planejamento da fiscalização.
No final do dia, o palestrante ressaltou que o trabalho de auditoria deve ser transformado. “É necessária a mudança de cultura. Antes, o controle externo era muito legalista. Hoje já conseguimos nos aproximar da gestão e trabalhar com eficácia e eficiência. Vamos, a partir de agora, seguir por um caminho mais amplo, em busca de avançar dos problemas pontuais para questões no sistema”, finalizou.
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