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Nacional
Sábado - 14 de Outubro de 2006 às 00:22

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O Setor de Inteligência da Polícia Federal concluirá até o início da próxima semana um relatório das investigações feitas sobre o cruzamento das quebras de sigilos telefônicos e movimentações financeiras de pessoas e instituições de alguma forma ligadas à negociação do chamado "dossiê Serra."

O documento, segundo informou um policial ligado à apuração, descreverá o nome de pelo dez órgãos públicos e instituições, dentre elas o PT, que tiveram telefones contatados por pessoas investigadas por suposto envolvimento no caso. "Isso não quer dizer que esses órgãos ou pessoas ligadas a eles estejam envolvidos na negociata", afirmou o policial, sob a condição de ter sua identidade preservada.

"A maioria dos investigados mantinha contatos constantes pelos números (telefônicos) ligados a esses órgãos", concluiu. O relatório será encaminhado ao delegado encarregado da apuração, Diógenes Curado, em Cuiabá, para ser anexado às conclusões periciais da investigação, que serão enviadas à Justiça Federal até a próxima quarta-feira, dia 18.

O documento, de acordo com o informante, fará um relato minucioso dos contatos telefônicos mantidos em datas próximas ao dia 15 de setembro, quando foi frustrada pela PF a tentativa de compra dos documentos.

Dentre os telefones vasculhados, estão incluídas linhas de Gedimar Passos e de Valdebran Padilha ¿ flagrados com 1,1 milhão de reais, além de US$ 248,8 mil, que seriam usados no negócio ¿ e de Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha do senador Aloísio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo.

No documento confidencial da Inteligência da PF também serão relatados detalhes das movimentações feitas em dólar por instituições financeiras de São Paulo. O objetivo do rastreamento é tentar, segundo o policial, identificar a origem dos recursos.

Depoimentos O depoimento do empresário Abel Pereira, previsto para acontecer nesta sexta-feira na Superintendência Regional da PF em São Paulo, foi adiado. Ele foi acusado pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, de ser o chefe da Máfia das Ambulâncias, de ter participado de irregularidades que teriam sido cometidas durante a gestão do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, que ocupou a pasta no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

O delegado Curado deverá colher o depoimento de Abel, que nega qualquer envolvimento em irregularidades, na segunda-feira. A PF também pretendia ouvir ao longo do dia o depoimento do presidente afastado do PT deputado Ricardo Berzoini (SP), mas a audiência foi adiada.

A pedido do deputado, que goza de foro privilegiado em função do mandato parlamentar, o depoimento foi marcado para a próxima terça-feira.

Após ouvir Berzoini, segundo a mesma fonte, a PF tentará agendar com Mercadante uma data para colher seu depoimento. O senador também goza de prerrogativa de foro.

A PF quer saber se o parlamentar tinha algum conhecimento a respeito do suposto envolvimento de um integrante de sua campanha com a negociação dos documentos contra tucanos. Mercadante nega ter sido informado do envolvimento de Lacerda no caso e diz estar "à disposição" da PF para ajudar na apuração.




Fonte: Reuters

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