PF quer ouvir pilotos do Legacy na próxima semana

A Polícia Federal pretende ouvir na próxima semana os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino do jato Legacy que se envolveu no pior acidente da aviação brasileira, no qual 154 pessoas morreram depois que um avião da Gol se chocou com o Legacy, pilotado pelos norte-americanos, no dia 29 de setembro no Mato Grosso.

Espero ouvir na próxima semana, provavelmente em Brasília", afirmou a jornalistas, nesta quarta-feira, o delegado Renato Sayão, que investiga o desastre. Pouco antes, o advogado dos pilotos José Carlos Dias, afirmou que eles estão disponíveis para colaborar com a apuração e negou que tenha ocorrido falhas técnicas ou nos equipamentos do Legacy.

"Eles não cometeram nenhuma impropriedade técnica. Essa questão não é bem assim. Os pilotos têm uma explicação a dar", disse o advogado a jornalistas. Na tarde de quarta, o delegado encontrou-se com representantes do Centro Nacional de Prevenção a Acidentes Aéreos (Cenipa), da Aeronáutica, que também investiga as causas da tragédia.

Passados 13 dias do acidente, a PF ainda não obteve os nomes dos controladores de vôo que trabalhavam na orientação do tráfego de aeronaves em Brasília e em Manaus. "A investigação será lenta", disse Sayão, que aguarda resultado de perícias que serão elaboradas sobre equipamentos das aeronaves. O delegado deverá se encontrar na próxima sexta-feira com integrantes do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea), no Rio de Janeiro, para obter o nome dos servidores que deverão ser convocados a depor.

A PF espera que os depoimentos dos controladores auxiliem a agilizar a apuração e esclareça se os pilotos cumpriram as regras internacionais de segurança. No fim de semana, o juiz federal de Sinop, no Mato Grosso, Charles Renaud Frazão de Moraes, determinou que Sayão mantenha retido os passaportes de Lepore e Paladino, que já estavam em poder da Justiça do Estado. Ele também enviou um ofício à embaixada dos EUA em Brasília para que informe o endereço dos pilotos em território brasileiro. Além da Polícia Federal, a Polícia Civil do Mato Grosso também segue investigando o caso.