Lula diz que irá a debates; Alckmin reprisa programa "ético"

Estratégias diferentes no primeiro programa noturno da volta do horário eleitoral gratuito, nesta quinta-feira. O candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comprometeu a participar de todos os debates neste segundo turno e a fazer uma "campanha de paz", em um programa diferente do apresentado à tarde. Por sua vez, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) teve sua apresentação vespertina reprisada agora à noite, num programa que o apresentou como grande vencedor do debate da TV Bandeirantes e deu ênfase ao discurso ético, buscando enfraquecer seu adversário.



Lula afirmou querer "campanha de paz e sem baixarias" e que por isso não compareceu aos debates do primeiro turno. Admitindo ter se equivocado, o presidente disse que sua posição foi "mal interpretada" e se comprometeu a comparecer aos debates neste segundo turno.

"Mas do que nunca, estou aberto ao confronto de idéias. Já fui ao primeiro debate do segundo turno e continuarei indo aos demais. Sempre fiz isso nas campanhas", afirmou Lula, pedindo que adversários "respeitem o povo brasileiro".

Tratando o telespectador como "minhas amigas e meus amigos", Lula agradeceu mais de "46 milhões de eleitores que me deram o voto no primeiro turno", mas também aproveitou seu tempo para criticar rivais. Afirmou que usou primeiro turno para debater idéias e mostrar realizações de governo e que agora, no segundo turno iria "falar do futuro e mostrar a profunda diferença que existe entre eu (sic) e meu adversário".

Disse que enquanto "eles" (governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, antecessor de Lula) teriam trabalhado "para pequena elite", seu governo (de Lula) teria sido feito para todos os brasileiros. Também atacou campanha tucana, classificando-a como "de ódio, divindo o Brasil", enquanto enalteceu campanha petista, que teria projeto de união do País.

"Enquanto eles privatizaram, desarticularam economia, encolheram salário, diminuíram emprego e submeteram Estado brasileiro aos interesses estrangeiros, nós (governo Lula) acabamos com a inflação, estabilizamos economia, aumentamos salário, ampliamos o emprego, nos libertamos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, especialmente, diminuímos a pobreza e a desigualdade social", afirmou Lula.

O presidente também acusou tucanos de acobertar escândalos e barrar CPIs, enquanto seu governo estaria apurando em todas as frentres, "mesmo que para isso tenhamos de cortar na carne".

Motivos e importantes figuras regionais também foram elencados pela campanha de Lula, que contou com depoimento de governadores eleitos, candidatos ainda na disputa e de candidatos derrotados, todos com apoio declarado ao petista. Entre eles, Jaques Wagner (BA), Wellington Dias (PI), Marcelo Deda (SE), Marcello Crivella (senador que ficou fora do segundo turno no RJ) e Sergio Cabral (que continua na disputa carioca, contra Denise Frossard).

A campanha tucana apresentou o mesmo bloco exibido no horário eleitroral gratuito da tarde, em que Geraldo Alckmin foi colocado como grande vencedor do debate da TV Bandeirantes.

"O Geraldo foi o grande vencedor, porque apresentou as melhores propostas", afirmou o narrador do PSDB.

Alckmin fez balanço de propostas e projetos apresentados durante o debate de domingo, com imagens do programa. Assim, apresentou suas idéias para saúde, segurança pública e geração de emprego.

Também não deixou de frisar a campanha ética, destacando a pergunta feita ao adversário sobre a origem de R$ 1,7 milhão, que seria destinado à compra do dossiê contra políticos tucanos.

Na seqüência da frase "Lula de onde vem o dinheiro sujo, o R$ 1,7 milhão, para comprar o dossiê fajuto?", Alckmin afirmou que venderia o chamado Aerolula e construiria "cinco hospitais" com o dinheiro obtido.

A campanha de Alckmin também ressaltou projetos de implantação de planos de desenvolvimento nacional e geração de empregos, bem como de continuidade de programas como o Bolsa Família, rebatendo afirmações da campanha petista que dizem o contrário.