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Nacional
Quinta - 12 de Outubro de 2006 às 22:44

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O presidente do Clube Militar, general de Exército da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, acusou em artigo publicado os aliados do presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo ele, esses aliados quererem "intimidar" o País com "a ameaça do emprego dos movimentos sociais e da violência anárquica" caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida impugnar a candidatura petista por descumprir a legislação eleitoral ao divulgar o dossiê Vedoin.

Para o general, que cobra explicações de onde surgiram os R$ 1,7 milhão que seriam destinados ao pagamento do dossiê, "golpistas são os que, mesmo antes de conhecer a decisão de um Tribunal, se preparam para pregar o descumprimento de sua sentença, desde que não seja do agrado de sua corrente política".

Este é o segundo artigo em que militares da reserva, únicos que podem se manifestar em relação a temas políticos, já que os da ativa são impedidos pelo regulamento disciplinar, criticam "maracutaias" e atitudes do governo petista.

Neste texto, o ex-comandante Militar da Amazônia insiste que, "se houve ou não crime eleitoral, cabe ao TSE e somente ao TSE decidir". E acrescenta: "acusar de golpista a quem advoga o cumprimento da lei passa dos limites".

Entendimento canhestro do golpismo No artigo, intitulado "um entendimento canhestro de golpismo", o general Gilberto Figueiredo lista todas as denúncias de corrupção contra o governo Lula, iniciando no caso Waldomiro Diniz, segue citando o Mensalão, a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

"Todos esses fatos ocorreram com pessoas que compunham o círculo de auxiliares próximos e amigos do Presidente. As maracutaias, para usar expressão muito de seu agrado, foram urdidas dentro do Palácio. E o que é absolutamente espantoso: o Presidente alegava, candidamente, que nada sabia", afirma o general.

Cartilhas do PT Ele prossegue falando do caso da distribuição das cartilhas do PT pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, "da negociação fraudulenta de um suposto dossiê" e que até aplausos foram roubados de Kofi Annan na sessão de abertura da assembléia da ONU.

Lembrando que neste episódio do dossiê foi constatada a participação de "figuras" próximas a Lula, que, "o presidente, novamente, não sabia", o general comenta que, mais uma vez o petista "nega sua participação na tramóia", mas "ainda não foi capaz de esclarecer de onde surgiu todo esse dinheiro - o equivalente a R$ 1,7 milhão de reais".

Segundo o general, "na presença de fatos de tal gravidade, políticos da oposição argüiram a impugnação moral e jurídica do presidente-candidato", por considerá-los crime eleitoral.

"A lei parece bem clara, tanto que o TSE resolveu examinar o escândalo do dossiê, onde (sic) está sob suspeita a própria candidatura Lula", diz o presidente do Clube Militar, explicando que "simpatizantes do atual governo, em face da embrulhada jurídica em que se meteu seu candidato, começaram a tachar de golpistas a todos quanto o acusam de haver transgredido a lei e, principalmente, àqueles que alegam haver razões jurídicas para a impugnação".

Decisão do TSE De acordo com o general "se houve ou não crime eleitoral, cabe ao TSE e somente ao TSE decidir". E acrescenta: "agora, acusar de golpista a quem advoga o cumprimento da lei também já passa dos limites".

O presidente do Clube Militar conclui seu artigo dizendo que "o entendimento universal de golpismo orienta-se justamente em sentido oposto". E completa: "golpistas são, pois, os que, mesmo antes de conhecer a decisão de um Tribunal, se preparam para pregar o descumprimento de sua sentença, desde que não seja do agrado de sua corrente política.

Golpistas, com certeza, são aqueles que pretendem intimidar toda uma nação com a ameaça do emprego dos "movimentos sociais" e da violência anárquica que habitualmente acompanha suas ações, para fazer valer, a qualquer custo, suas anacrônicas idéias".





Fonte: Agência Estado

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