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Internacional
Quinta - 12 de Outubro de 2006 às 11:39

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Os EUA serão dentro de poucos dias o terceiro país, depois de China e Índia, a chegar a 300 milhões de habitantes, marca que confirma seu status de nação industrializada com maior crescimento demográfico do mundo.

Embora não haja uma data precisa, o Departamento do Censo prevê o acontecimento em menos de uma semana, provavelmente na próxima segunda-feira.

Os imigrantes, principalmente os hispânicos, são um dos motores do crescimento populacional, segundo o Censo. Aproximadamente 40% do crescimento da população são resultado da imigração, tanto legal quanto ilegal, segundo o órgão.

O demógrafo Jeffrey Passel, do centro de estudos Pew Hispanic Center, sustenta que aproximadamente a metade dos últimos 100 milhões de habitantes é formada por imigrantes e seus filhos.

Sem eles, diz Passel, a população dos EUA seria de quase 247 milhões. O número de hispano-americanos estaria em torno de 16 milhões, em vez dos 44 atuais, e os de origem asiática seriam 2 milhões, e não 13.

A barreira será superada 39 anos após a dos 200 milhões de habitantes e 91 anos depois de a população chegar aos 100 milhões.

Segundo o site do Censo, a cada sete segundos nasce uma pessoa, a cada 13 morre uma e a cada 11 segundos a população aumenta em uma pessoa. Além disso, a cada 31 segundos o terceiro país mais povoado do planeta ganha um novo imigrante.

Ao ritmo atual, os EUA alcançarão os 420 milhões em 2050. O número de brancos não-hispânicos será de apenas 50%, contra os 69% atuais, segundo as estatísticas oficiais, que mostram que os hispânicos representarão então por volta de 25% da população.

As projeções apresentam oportunidades e também desafios, segundo os especialistas, que alertaram para os problemas ambientais. Mesmo com apenas 5% da população mundial (6,5 bilhões de habitantes), os EUA gastam quase 25% da energia global e têm a maior taxa de consumo de petróleo do planeta.

Além disso, cada americano produz cerca de 2,3 quilos de lixo por dia, cinco vezes mais do que a média dos países em desenvolvimento.

As alternativas também são preocupantes. Europa e Japão, que se encontram na situação paradoxal de pedir a suas mulheres que tenham filhos, são dois bons exemplos.

Com uma população de quase 728 milhões, a Europa perdeu 74 mil habitantes na última década, segundo as Nações Unidas. O continente deverá apresentar 75 milhões de habitantes a menos em 2050.

A tendência cria um grave problema: não haverá suficiente gente jovem para sustentar uma população cada vez mais velha.

Os EUA também têm cabelos brancos (12% da população têm 65 anos ou mais). Mas as taxas de fertilidade e imigração mais altas fazem o país envelhecer mais lentamente que a Europa.

Em média, as mulheres precisam ter 2,1 filhos para que a população se mantenha estável. Na Europa, só a Albânia registra uma taxa de fertilidade acima de 2, segundo a CIA. Na Rússia, a taxa é de 1,28 e no Japão, 1,25. Nos EUA, ela se aproxima de 2,1.

Gregg Easterbrook, do centro de estudos Brookings, com sede em Washington, lembra em artigo publicado este mês no jornal "Los Angeles Times" que o nível atual permite manter a população estável.

Portanto, todo o crescimento futuro "virá da imigração".

Os EUA continuam em processo de transformação desde que atingiram a marca de 200 milhões, em 1967. Nestas quatro décadas houve um forte movimento migratório do nordeste e do centro do país rumo ao sul e ao oeste.

Além disso, ocorreu uma grande concentração de população nos arredores das grandes áreas metropolitanas e caiu o número de pessoas por casa: de 3,3 em 1967 para 2,6 em 2005.

Outro dado importante é o aumento da participação das mulheres na força de trabalho. Ele passou de 41 para 59% entre 1967 e 2006.

Subiu também a porcentagem de habitantes americanos nascidos no exterior: de 5% para 12%.





Fonte: EFE

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