Parentes de vítimas de acidente aéreo contratam advogados americanos
Dentro de um mês, o escritório liderado pelo advogado Robert Lieff deve entrar com uma ação contra a ExcelAire --empresa proprietária do Legacy que colidiu com o Boeing da Gol. Durante o período, os advogados esperam reunir documentos referentes às vítimas.
Eles também analisam a possibilidade de entrar com uma ação contra o fabricante do equipamento anticolisão da aeronave --a L3--, uma vez que o sistema não indicou o choque.
No Brasil, os advogados Leonardo Amarante e Arturo Buzzi afirmam que devem apresentar, na próxima semana, uma ação contra a Gol representando a família do passageiro André Fontoura.
Apesar de informar os planos de indenização, os advogados não falaram em valores. Lieff, no entanto, disse que a vantagem de protocolar os pedidos nos Estados Unidos é a legislação "mais generosa", com indenizações maiores.
Os advogados no Brasil também devem apresentar, na próxima semana, um pedido para ter acesso às investigações conduzidas pela Aeronáutica.
O avião da Gol caiu em uma área de mata fechada em Mato Grosso depois de colidir com o Lagacy --da empresa ExcelAire--, que conseguiu pousar na base aérea do Cachimbo, apesar de danos na asa. Os 154 ocupantes do Boeing morreram.
Defesa
O advogado José Carlos Dias, que representa a empresa americana ExcelAire e os pilotos do Legacy, afirmou em nota que "mantém a confiança na maneira como as autoridades vêm conduzindo as investigações -- com profissionalismo, cuidado e atenção".
Dias afirmou, ainda, que os pilotos estão "confiantes que agiram corretamente" e que somente uma "investigação pautada pelo equilíbrio, clareza e transparência" permitirá às autoridades determinarem as ações ou omissões que causaram ou contribuíram para o acidente.
A Justiça determinou a apreensão dos passaportes do piloto do Legacy, Joseph Lepore, e do co-piloto, Jan Paul Paladino, que estão impedidos de deixar o país.
A Justiça Federal em Sinop (MT) determinou que a Embaixada dos Estados Unidos informe no prazo de dez dias em qual endereço no Brasil estão os pilotos, para que possam ser chamados a depor ou notificados de alguma decisão judicial. Eles estão no Rio, sob a proteção da embaixada.
"Conclusões precipitadas, baseadas no vazamento de documentos que deveriam ser mantidos como confidenciais, não contribuem para a correta investigação dos fatos", afirma o advogado.
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