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Economia
Sexta - 01 de Março de 2013 às 11:53

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Aliar aumento da produção e da produtividade com preservação e recuperação ambiental é um dos principais desafios da atividade agropecuária de Mato Grosso. A intensificação do uso da terra em áreas já ocupadas tende a ser a alternativa para o desenvolvimento da agropecuária sustentável. Além disso, a viabilidade econômica das tecnologias sustentáveis é outro fator importante para os produtores se interessarem em adotá-las. Visando isso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) irá aprimorar, junto com a Embrapa Agrossilvipastoril, de Sinop, as Unidades de Referência Tecnológica (URT).

As URTs são áreas demonstrativas que estão localizadas em propriedades rurais onde atualmente são conduzidos sistemas de produção de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Além da demonstração desses sistemas, nessas áreas são realizados trabalhos de pesquisa e validação de tecnologia. O novo projeto será um desdobramento do que já é desenvolvido nas URTs existentes em Mato Grosso. A partir de agora, com a parceria do Imea, será ampliada a avaliação econômica dos sistemas implantados nessas unidades. Sendo assim, as URTs serão transformadas em URTEs (Unidades de Referência Tecnológica e Econômica).

“A missão do Imea é contribuir para o desenvolvimento sustentável do agronegócio mato-grossense por meio da transferência de conhecimento socioeconômico e ambiental. Esta parceria com a Embrapa será de suma importância para identificarmos quais as técnicas de produção mais eficientes utilizadas e os resultados financeiros que elas geram. Além disso, o Imea é uma instituição que possui grande capilaridade no estado, além de já realizar um levantamento sistemático dos custos de produção de diversas culturas como soja, milho, algodão e a pecuária. E isso permitirá uma grande disponibilidade de informações essenciais para avaliações da rentabilidade dos sistemas”, destaca o presidente do Sistema Famato, Rui Prado.

Na avaliação do chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, João Flávio Veloso Silva, a parceria entre a Embrapa e Imea só tende a fortalecer. “Esta parceria é muito importante. É uma complementação de especialistas, especialidades e temas. A sustentabilidade tem os pilares ambiental, social e econômico. O que queremos com o Imea é um diagnóstico mais apurado dos aspectos econômicos da adoção de tecnologias relacionadas à iLPF com foco em pecuária leiteira. Os produtores querem saber quanto custa e qual a taxa de retorno, ou seja, os detalhes econômicos da adoção da tecnologia. Hoje, no Brasil, esse é o grande tema: a avaliação econômica de sistemas integrados. Outros estados também estão procurando essa abordagem, mas nós saímos na frente e com uma parceria fortalecida. Será uma parceria vantajosa para os produtores de Mato Grosso”, observa Silva.

Para este estudo, o Imea e a Embrapa estão desenvolvendo uma nova metodologia. A pesquisa será conduzida pelas duas entidades em 10 URTEs de Mato Grosso.“Geralmente as pesquisas analisam a atividade produtiva individualmente e não o sistema de integração como um todo. São avaliações voltadas para características e problemas encontrados dentro da propriedade e que não enfatizam em profundidade todo o sistema, semelhante ao que acontece nas propriedades. Um produtor de soja, por exemplo, só analisa a soja. O que estamos propondo é analisar o todo. Com este projeto, queremos avançar na discussão sobre a avaliação econômica de sistemas de produção, no caso a iLPF, para que os produtores e investidores tenham opções e informações dos custos de produção associados a essas tecnologias de produção”, explica o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.

Integração – A iLPF é uma estratégia que visa a produção sustentável, que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, e busca efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema, contemplando a adequação ambiental, a valorização do homem e a viabilidade econômica.

Parcerias – O projeto das URTEs é coordenado pela Embrapa Agrossilvipastoril e Imea, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Famato e Sindicatos Rurais, juntamente com todas as instituições parceiras dos projetos desenvolvidos pela Embrapa em Mato Grosso. “Para o Senar, que contribui com a qualificação profissional rural, este projeto será tão importante quanto os demais que a entidade vem desenvolvendo com outros parceiros. É a oportunidade dos produtores conhecerem mais sobre a viabilidade econômica da iLPF e acessar com mais confiança as linhas de crédito disponíveis do programa ABC, desenvolvido pelo Governo Federal para estimular a produção agropecuária de baixo carbono”, acrescenta Rui Prado.

Trabalho semelhante ao da iLPF está sendo planejado na pecuária leiteira. A partir de 2013, serão instaladas URTEs em áreas demonstrativas de sistemas integrados de produção de leite. Esta ação será realizada em diversas localidades que têm foco econômico na pecuária leiteira.

Dia de Campo – Em paralelo ao projeto das URTEs, a Famato e a Embrapa Agrossilvipastoril também firmaram uma parceria para a realização de nove Dias de Campo com os temas Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e pecuária leiteira durante o decorrer deste ano. O objetivo é somar esforços para levar conhecimento e novas tecnologias aos produtores rurais mato-grossenses.

O primeiro Dia de Campo ocorreu em 22 de fevereiro (sexta), no Sítio Tecnológico da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop-MT. Ainda serão realizados Dias de Campo sobre iLPF em campos experimentais da Embrapa em Barra do Garças, Querência, Marcelândia, Juara, Nova Canaã do Norte e Alta Floresta. E no segundo semestre deste ano haverá mais duas datas destinadas ao leite. Os eventos são gratuitos.






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