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Nacional
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 16:13

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Com o reforço de macacos hidráulicos capazes de suspender o trem de pouso e as asas do boeing 737-800 da Gol que caiu no Mato Grosso, os militares retomaram nesta quarta as buscas pelos últimos corpos de vítimas ainda não localizados. Nos dez primeiros dias de busca, a força tarefa coordenada pela Força Aérea Brasileira (FAB) localizou 143 corpos das 154 vitimas do acidente.

Segundo relato dos militares ao jornal O Globo, alguns corpos foram encontrados com o semblante contraído e os dedos cruzados em forma de de figa . Isso, explicam, indicaria que tiveram consciência da queda da aeronave antes da morte. A força tarefa localizou hoje outros três corpos. Agora falta localizar nove vítimas do acidente. Segundo o major do Exército Mário Flávio Brayner, a busca pelos corpos restantes exigirá um esforço redobrado. A operação contará com a ajuda de dois técnicos da Recovere Kit, empresa ligada a Varig.

"Vamos procurar como uma agulha no palheiro", diz o comandante dos 114 homens do Exército convocados para reforçar as buscas.

Os dois técnicos da Recovere, Ailon Jacobs Dalla Costa e Sergio Augusto Guidougli, chegaram à fazenda Jarinã na segunda-feira e fizeram uma inspeção na área dos destroços do avião. Hoje, numa complicada operação, levaram para o local dois macacos hidráulicos, um deles com capacidade para suportar até 90 toneladas, para levantar o trem de pouso e parte das asas do avião. O trem de pouso, uma peça de aproximadamente 15 toneladas, esmagou 24 poltronas.

Os técnicos acreditam que podem haver corpos embaixo do trem de pouso. "O cheiro lá está muito forte. Ontem o pessoal do Exército retirou um braço de uma pessoa de debaixo dessa estrutura", disse Dalla Costa.

Os técnicos tiveram dificuldades de transportar os macacos hidráulicos e cabos de aço, de helicóptero, da Fazenda Jarinã para a área do acidente. Os equipamentos pesam aproximadamente 7 toneladas. A fazenda fica a 40 quilômetros do local dos destroços, área onde só é possível o acesso de helicóptero ou a pé, em dois dias de caminhada mata adentro.

As tropas do major Brayner chegaram a Jarinã na segunda-feira. No primeiro dia de trabalho foram encontrados três corpos. Hoje começaram a ampliar a varredura. Os soldados da primeira infantaria de selva aeromóvel estão fazendo a operação pente fino também em busca do cilindros de voz, parte da caixa preta do Boeing que pode esclarecer as causas do acidente. Especializados em manobras na selva amazônica, eles montaram acampamento próximo à clareira aberta no início das buscas pelo Para-sar ( sigla em inglês pra o serviço de busca e salvamento).

Os soldados do primeiro Bis não têm o mesmo treinamento dos militares do Para-sar, especializados em resgate de alto risco. Mas são mais preparados para se movimentar e sobreviver na selva. Segundo o major Brayner, os trechos da floresta amazônica onde estão os destroços do Boeing são ligeiramente diferentes da selva que cerca Manaus, sede do 1º Bis. No norte do Mato Grosso, a floresta é ainda mais densa, o que atrapalha a movimentação das tropas.





Fonte: G1

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