Operação da Polícia Federal resulta em 92 prisões
De acordo com Pinheiro, a operação se estendeu por 11 Estados. Em Mato Grosso foi cumprido um mandado de busca e apreensão em um depósito no Bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Mas segundo a assessoria de imprensa da PF o local estava vazio. Ao todo, a força-tarefa abrangeu 116 mandados de prisão e 135 de busca e apreensão.
A organização criminosa tinha três células principais: uma com atuação nos três estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), uma em São Paulo e outra nas regiões Norte e Nordeste.
A rede contrabandeava cigarros do Paraguai para o Brasil, usando tanto cigarros fabricados aqui, levados para o outro país e depois revendidos em território brasileiro, quanto fabricados lá mesmo. As três células tinham atuação independente, e o negócio abrangia inclusive escritório administrativo nos Estados Unidos. Segundo Pinheiro, as investigações começaram em janeiro deste ano, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul. "Desse trabalho conjunto, foi possível chegar a três células de uma organização criminosa especializada na distribuição de produtos importados, iludindo o pagamento dos tributos para ingresso no território nacional".
Ele informa que duas das células eram especializadas na distribuição e venda de produtos importados. A terceira célula tinha uma fábrica de cigarros no Brasil, a Sudamax, na cidade de Cajamar (SP), e uma no Paraguai, a Sudam, mas acabava vendendo aqui cigarros brasileiros como se fossem importados da fabricante do país vizinho. Em São Paulo, foram executados 30 mandados judiciais e detidas 25 pessoas, entre as quais dois fiscais em Marília e um auditor da Receita Federal. Segundo Pinheiro, a Polícia Federal estima que a sonegação alcançava R$ 10 milhões em tributos por ano.
Entre os presos em São Paulo está o auditor da Receita Federal Leandro Villaça da Conceição, que carregava US$ 500 mil.
Operação ocorreu em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Rio Grande do Norte, Pará, Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro. Participaram da operação 750 policiais federais, além de servidores da Receita.
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