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Nacional
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 18:48

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"Há sinais de que houve negligência por parte dos pilotos americanos", afirmou à BBC Brasil a advogada Lexi Hazam, uma das sócias do escritório Lieff Cabraser Heimann & Bernstein, de San Francisco.

No entanto, ela ressalta que não está afirmando que eles são os culpados pelo acidente. "Neste ponto seria prematuro dizer que uma pessoa é responsável pelo acidente", afirma.

O piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jean Paul Paladino estão no Rio de Janeiro para prestar depoimentos para ajudar a esclarecer o caso e estão impedidos de deixar o país.

Hazam está em Brasília junto com um especialista em acidentes, o suíço Hans-Peter Graf, ex-piloto e engenheiro mecânico que atuou na empresa de aviação SwissAir, e deve se reunir nesta terça-feira com famílias de vítimas do acidente e outros advogados brasileiros envolvidos no caso.

Mudança de altitude

A advogada diz que a ação judicial deve se basear em "vários sinais" de negligência dos pilotos.

Mas ela não considera que o plano de vôo, que estabelecia que o avião deveria mudar de altitude duas vezes durante a viagem e vazou à imprensa nesta segunda-feira, seja a prova conclusiva de que os pilotos americanos do Legacy são culpados pelo acidente.

O plano estabelecia que o Legacy deveria começar o vôo entre São José dos Campos numa altitude de 37 mil pés até Brasília, baixar para 36 mil pés e subir para 38 mil a partir de um ponto identificado como Teres.

Hazam diz que o acordo internacional, do qual o Brasil é signatário, prevê que as ordens da torre têm precedência sobre o plano de vôo.

Para isso, é preciso que o avião entre em contato com a torre toda vez que mudar de uma zona de controle para outra.

O procedimento, segundo a advogada, é tentar a comunicação por 20 minutos. Se não conseguirem, os pilotos devem então seguir o que foi estabelecido no plano de vôo.

Ela disse que as autoridades ainda não divulgaram se o tempo de vôo após a troca de zona de controle de tráfego aéreo foi superior a 20 minutos.

Entre os "sinais de negligência" que ela pretende usar numa futura ação contra a ExcelAire, ela citou o fato de o transporder (equipamento que avisa da aproximação de outro avião e faz manobras para evitar colisões) não ter funcionado pouco antes do choque e ter voltado a funcionar logo depois. "Ou o equipamento teve algum problema ou foi desligado", afirmou.

Hazam também questiona o fato de os pilotos do Legacy não terem entrarado em contato por rádio com a torre de controle e, diante disso, não terem voltado ao previsto no plano de vôo.





Fonte: BBC Brasil

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