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Internacional
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 16:32

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A violência contra a mulher é um mal generalizado em todo o mundo que acaba afetando uma a cada três mulheres pelo menos uma vez na vida, segundo as conclusões de um informe da ONU apresentado nesta terça-feira em Nova York.

"Há provas contundentes de que a violência contra a mulher é grave e generalizada em todo o mundo", diz o documento do secretário-geral da organização, Kofi Annan.

O texto lembra que estudos realizados em 71 países "demonstram que uma importante proporção de mulheres sofre violência física, sexual ou psicológica", sendo a violência física a mais comum (afeta uma em cada três mulheres).

O assassinato de mulheres tem características diferentes do de homens e costuma ter algum tipo de agressão sexual, lembra o informe.

Segundo dados citados pela ONU, entre 40% e 70% das mulheres assassinadas morrem nas mãos de seus maridos em lugares como Austrália, Canadá, Estados Unidos e África do Sul.

Na Colômbia, a cada seis dias morre uma mulher nas mãos de seu companheiro, enquanto nos últimos dez anos centenas delas foram seqüestradas, violadas e assassinadas na localidade mexicana de Ciudad Juárez, norte do país.

O informe também cita a mutilação genital. Esta prática, que prevalece fundamentalmente na África e em alguns países do Oriente Médio, já atingiu 130 milhões de meninas.

Além disso, a violência contra a mulher nos conflitos armados costuma ter um caráter sexual.

A ONU estima que durante o genocídio de Ruanda, em 1994, entre 250.000 e 500.000 mulheres foram violadas, enquanto que entre 20.000 e 50.000 mulheres passaram pela mesma situação durante o conflito na Bósnia nos início dos anos noventa.

As conseqüências dessas violações podem ser fatais por causa do risco de contrair Aids.

Geralmente, toda forma de violência contra as mulheres deixa seqüelas. Num estudo realizado na Nicarágua, descobriu-se que "os filhos de mulheres vítimas da violência abandonavam os estudos quatro anos antes dos demais".

Segundo o informe, a melhor arma para combater esta mazela é o comprometimento de políticos e do Estado, aprovando um sólido corpo legislativo e os mecanismos necessários para seu cumprimento.

"A arma mais eficaz para combater a violência contra a mulher é uma clara demonstração de compromisso político, mediante declarações de altos responsáveis governamentais apoiadas por medidas e recursos do Estado", segundo as conclusões do documento.





Fonte: EFE

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