Fiscais da Sema e Polícia Ambiental prendem quadrilha que vendia lotes em Parque Estadual
Célio Soares Ribeiro foi apontado como o mentor e o líder do esquema de venda de terras públicas. Foi preso no local Marcelo Pires Pacheco, que segundo a policia liderava a demarcação e venda de lotes. Pessoas que já haviam efetivado a negociação e estavam levantando residências dentro da unidade de conservação também foram detidas, entre elas Juvenal Oliveira Campos, Wilma de Jesus Cândida Ferreira e Raniel Silva Santos. Segundo informações da policia, Raniel era foragido da justiça.
A quadrilha, segundo o superintendente de Ações Descentralizadas da Sema, major PM Maurozan Cardoso, que comandou a operação na região, possui um forte esquema de venda de terras públicas, e fazia uso inclusive de proteção política e jurídica. Faziam parte da quadrilha agrimensores que usavam equipamentos de alta tecnologia para efetuar a medição e demarcação dos lotes e advogados e políticos dos municípios que compõem o chamado Vale do Araguaia.
A policia já identificou um advogado de Goiás que dava proteção ao grupo e um vereador do município de Confresa que havia comprado lotes. Um secretário de Estado de Goiás também consta na lista de compradores, porém o nome dele ainda é mantido em sigilo pelos integrantes da quadrilha.
Segundo o major Maurozan Cardoso a demarcação começou pelo município de São Félix do Xingu no Pará e avançou até Mato Grosso, onde atingiu o Parque Estadual. A quadrilha teria se aproveitado da dificuldade de acesso da fiscalização. A polícia demorou três dias para chegar ao local, em viagens de carro e barco.
A policia apreendeu com parte da quadrilha espingardas, motosseras, barcos e motores e ferramentas para aberturas de picadas na mata. Os presos serão indicados pela prática de crime ambiental, pois estavam desmatando unidade de conservação. Eles também serão responsabilizados por danificar e destruir unidade de conservação e posse ilegal de armas.
O Parque Estadual de Santa Cruz do Xingu foi criado pelo Governo de Mato Grosso por meio do decreto 3.585 de 7 de dezembro de 2002 e possui 95 mil hectares.
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