Professores da educação têm condições precárias de trabalho
Em Mato Grosso, cerca de 10 mil professores e auxiliares administrativos atuam na educação privada. Segundo a presidente do sindicato, Marilane Costa, embora a última negociação coletiva tenha um saldo positivo, muito ainda precisa ser melhorado. As escolas continuam desrespeitando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e o assédio moral contra os trabalhadores cresceu ainda mais. "Com a ação do sindicato, os trabalhadores passam a denunciar mais o desrespeito a seus direitos. Aqueles que denunciam sofrem muita pressão das escolas. O pior é que o próprio trabalhador não sabe que está sendo assediado", observou Marilane.
O desrespeito ao direito do trabalhador é tão grande que algumas escolas agem abertamente contra a Convenção Coletiva de Trabalho. O caso mais recente foi o das escolas Elchaday, Luzes da Sabedoria e Nova Pedagogia, que tentaram anular na justiça as cláusulas da CCT que concederam um reajuste de 16% aos trabalhadores, com a intenção de dar apenas 6% de reajuste. Nesse caso, o juiz da 1ª Vara da Justiça do Trabalho deu ganho de causa ao SINTRAE-MT.
A defasagem salarial do trabalhador é outro problema. Embora a categoria tenha conquistado reajuste de 16%, este montante não cobre sequer a defasagem no poder de compra da categoria, que caiu 19,93% entre 1994 e 2005, ou seja, desde a implantação do Plano Real.
Uma pesquisa sócio-econômica feita a pedido do sindicato com 504 professores e auxiliares administrativos de Cuiabá e Várzea Grande revelou que muitos trabalhadores não ganham o suficiente para se manter e 15,1% dos professores precisam lecionar em mais de uma instituição para complementar a renda. Também é comum recorrer às atividades extras, ingressando no mercado informal de bijuterias, alimentos, etc. Segundo a pesquisa, 30,5% dos entrevistados precisam de uma fonte extra de dinheiro. Outro fator preocupante é o endividamento junto a instituições de crédito ou agiotas.
Registro – A falta de registro em carteira atinge 10,3% dos trabalhadores. Também foi constatado que uma em cada três instituições de ensino mantém ao menos 10% de estagiários entre os professores como forma de baratear os custos, uma vez que 90% dos estagiários ganham menos que R$ 400,00 por mês.
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