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Repórter News - reporternews.com.br
Educação/Vestibular
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 14:55

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Atrasos salariais, pagamentos de salários com cheques pré-datados, carga horária excessiva. Na semana em que se comemora o Dia do Professor, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso (SINTRAE-MT), que representa professores e auxiliares administrativos da educação privada, denuncia as condições precárias de trabalho da categoria. Ao contrário do que normalmente se pensa, os empregados de escolas privadas também enfrentam dificuldades.

Em Mato Grosso, cerca de 10 mil professores e auxiliares administrativos atuam na educação privada. Segundo a presidente do sindicato, Marilane Costa, embora a última negociação coletiva tenha um saldo positivo, muito ainda precisa ser melhorado. As escolas continuam desrespeitando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e o assédio moral contra os trabalhadores cresceu ainda mais. "Com a ação do sindicato, os trabalhadores passam a denunciar mais o desrespeito a seus direitos. Aqueles que denunciam sofrem muita pressão das escolas. O pior é que o próprio trabalhador não sabe que está sendo assediado", observou Marilane.

O desrespeito ao direito do trabalhador é tão grande que algumas escolas agem abertamente contra a Convenção Coletiva de Trabalho. O caso mais recente foi o das escolas Elchaday, Luzes da Sabedoria e Nova Pedagogia, que tentaram anular na justiça as cláusulas da CCT que concederam um reajuste de 16% aos trabalhadores, com a intenção de dar apenas 6% de reajuste. Nesse caso, o juiz da 1ª Vara da Justiça do Trabalho deu ganho de causa ao SINTRAE-MT.

A defasagem salarial do trabalhador é outro problema. Embora a categoria tenha conquistado reajuste de 16%, este montante não cobre sequer a defasagem no poder de compra da categoria, que caiu 19,93% entre 1994 e 2005, ou seja, desde a implantação do Plano Real.

Uma pesquisa sócio-econômica feita a pedido do sindicato com 504 professores e auxiliares administrativos de Cuiabá e Várzea Grande revelou que muitos trabalhadores não ganham o suficiente para se manter e 15,1% dos professores precisam lecionar em mais de uma instituição para complementar a renda. Também é comum recorrer às atividades extras, ingressando no mercado informal de bijuterias, alimentos, etc. Segundo a pesquisa, 30,5% dos entrevistados precisam de uma fonte extra de dinheiro. Outro fator preocupante é o endividamento junto a instituições de crédito ou agiotas.

Registro – A falta de registro em carteira atinge 10,3% dos trabalhadores. Também foi constatado que uma em cada três instituições de ensino mantém ao menos 10% de estagiários entre os professores como forma de baratear os custos, uma vez que 90% dos estagiários ganham menos que R$ 400,00 por mês.





Fonte: 24HorasNews

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