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Internacional
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 09:02

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O Irã, acusado pelo Ocidente de desenvolver armas nucleares, disse na terça-feira ser contra a posse de tais armas por qualquer país do mundo, em reação ao anúncio de que a Coréia do Norte fez o teste subterrâneo de uma bomba atômica.

Houve condenação unânime na segunda-feira ao suposto teste norte-coreano, e Washington solicitou à Organização das Nações Unidas (ONU) que imponha sanções ao país comunista.

"O Irã é contra o uso e produção de armas nucleares. Nenhum país é competente para usar armas nucleares", disse o porta-voz do governo, Gholamhossein Elham, em sua reunião semanal com jornalistas.

O Irã admite ter um programa nuclear, mas diz que ele é voltado apenas à geração de energia com fins civis. Os EUA e outros países duvidam e querem que a ONU também imponha sanções a Teerã.

Embora o presidente dos EUA, George W. Bush, tenha há alguns anos incluído Irã e Coréia do Norte na lista de inimigos que chamou de "eixo do mal", autoridades ocidentais, inclusive norte-americanas, salientaram na segunda-feira que os casos do Irã e da Coréia do Norte são diferentes e exigem soluções diversas.

Elham reiterou que Teerã não tem intenções de produzir armas nucleares. "O trabalho atômico do Irã é transparente, não deve ser considerado uma ameaça", disse ele, cobrando também o desarmamento das potências nucleares declaradas.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, emitiu em agosto de 2005 um decreto religioso declarando que a fabricação, armazenamento e uso de armas atômicas contraria as crenças islâmicas, disse na época a agência estatal Irna.

EUA, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Rússia e China decidiram na sexta-feira discutir possíveis sanções da ONU contra o Irã devido à recusa do país em suspender seu programa de enriquecimento de urânio.

Elham pediu às seis potências que respeitem os regulamentos internacionais. "Eles devem reconhecer o direito ao progresso e ao avanço tecnológico de qualquer país, as leis internacionais deveriam ser respeitadas", afirmou.

O Irã é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e insiste ter o direito a tal tecnologia. A Coréia do Norte também era signatária, mas abandonou o tratado em 2003, após admitir ter um programa secreto de enriquecimento e de expulsar inspetores da ONU. O Irã diz não ter a intenção de abandonar o tratado.

Fontes ocidentais de inteligência dizem que técnicos norte-coreanos ajudaram no passado no treinamento de cientistas nucleares iranianos.





Fonte: Reuters

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