Debate foi marcado por desnudamento social, diz Clarín

Vários órgãos da imprensa internacional desta terça-feira dão destaque ao tom "agressivo" de Geraldo Alckmin (PSDB) no debate com o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) no domingo, que teria deixado Lula na "defensiva". O jornal argentino El Clarín diz que o debate foi marcado por um "desnudamento social", quando os candidatos apresentaram denúncias mútuas de corrupção, expondo "empresas e personagens ligados ao poder à condenação pública".

O Clarín disse também que, à medida que o debate avançava, "Alckmin ia perdendo estilo e força, para se colocar na defensiva, mesmo se mantendo estóico" e que Lula "crescia em tranqüilidade e imagem".

Segundo o jornal, o tom agressivo de Alckmin seria "muito pouco freqüente na sociedade brasileira, ao se colocar no limite do respeito ao cargo presidencial".

Ainda na Argentina, o La Nación também destaca a agressividade de Alckmin, e afirma que Lula foi surpreendido.

Segundo o La Nación, as repercussões ao debate foram dominadas "pelo inesperado discurso de tom áspero usado pelo candidato opositor que, geralmente cauteloso, surpreendeu ao descarregar sobre Lula insultos e acusações de corrupção."

Nos Estados Unidos, uma reportagem do The Washington Post seguiu a mesma linha, ressaltando que "Alckmin, um médico normalmente de voz macia" colocou Lula "na defensiva com perguntas bruscas".