Porta-voz da ANP diz que pode haver reunião entre Abbas e Haniyeh
A reunião, se ocorrer, seria mais uma tentativa para formar um Governo de união nacional, objetivo que não foi alcançado ontem à noite nem nesta madrugada pelo ministro de Assuntos Exteriores do Catar, Hamad al-Thani, que tentou mediar a questão.
Thani disse que o Hamas concorda em estabelecer um Estado palestino independente nos territórios da Cisjordânia e de Gaza dentro das fronteiras da Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel conquistou esses territórios.
Ainda assim, aceitando um Estado palestino ao lado do de Israel, o Governo do Hamas não reconhecerá a legitimidade do Estado judeu, fundado em 1948 "em terras sagradas da Palestina islâmica".
O Governo de Haniyeh também está disposto a condenar o terrorismo sempre que se fizer uma distinção entre esse tipo de ataques e as operações da resistência armada contra a ocupação israelense nos territórios palestinos ocupados.
O Hamas também deseja respaldo internacional, do qual carece atualmente por não reconhecer Israel, entre outros fatores, "mas não às custas do povo palestino", numa aparente alusão ao fato de que não reconhecerá todos os acordos firmados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), presidida por Abbas, e a ANP, com o Estado judeu.
"Não estamos perto de um Governo de união", disse um membro do Comitê Executivo da OLP, Yasser Abed Rabbo, que acompanhou Abbas nas infrutíferas negociações com o primeiro-ministro Haniyeh e com o mediador catariano, acrescentando que pode haver uma possível antecipação das eleições legislativas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
O presidente interino do Conselho Legislativo, Ahmed Bahar, do Hamas, advertiu hoje na Cisjordânia que se Abbas dissolver o Parlamento e antecipar o pleito, pode explodir uma guerra civil entre o campo islâmico do Hamas e o nacionalista do Fatah.
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