Fenaban retoma negociações com bancários hoje
A expectativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que representa os bancários, é de que a entidade faça uma nova proposta de reajuste salarial. A categoria recusou na última quarta-feira a proposta de 2,85% de reajuste, já que os trabalhadores reivindicam aumento real de 7,05% além da inflação (estimada desde a última data-base em 2,8%, segundo o INPC). Além do reajuste menor que o exigido, os bancos ofereceram participação nos lucros de 80% dos salários, adicional de R$ 823 e, no caso de instituições financeiras que aumentarem ganhos em 20% na relação com 2005, a proposta inclui um adicional de R$ 750.
A Contraf informou nesta segunda-feira que a greve dos bancários continuará na terça-feira por tempo indeterminado. Segundo a entidade, que reúne 108 sindicatos de 24 Estados e do Distrito Federal, em torno de 185 mil trabalhadores da categoria pararam hoje em todo o País.
Os bancários entraram no quinto dia consecutivo de greve nacional. Os sindicatos de todo o País realizaram hoje novas assembléias para discutir os rumos da paralisação. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região já decidiu continuar em greve nesta terça-feira.
Banco do Brasil Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o Banco do Brasil apresentou hoje proposta de participação nos lucros e resultados (PLR) para seus funcionários. Cada trabalhador receberia, semestralmente, 95% do salário, mais um valor fixo de R$ 412, mais R$ 1.814 a título de distribuição linear de 4% do lucro líquido do banco apurado neste semestre, além do módulo bônus que varia de acordo com a referência salarial da função.
Os funcionários do Banco do Brasil devem se reunir nesta terça-feira, em São Paulo, para deliberar sobre essa proposta e outras questões específicas. "O Banco do Brasil alcançou resultado excelente ao longo do último semestre e os funcionários têm direito à sua parcela. Essa proposta representa um importante avanço e será analisada pelos trabalhadores em assembléia", afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
São Paulo No último levantamento divulgado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, mais de 36 mil bancários paralisaram suas atividades nesta segunda-feira em 494 locais de trabalho entre agências e centros administrativos. Foram 84 locais parados no centro; 50 na região da av. Paulista; 122 na zona leste; 79 na zona oeste; 30 na zona sul; 48 na zona norte e 81 na região de Osasco.
Em São Paulo, Osasco e nos 15 municípios da região de Osasco que estão na base territorial do sindicato há cerca de 3 mil locais de trabalho e 106 mil bancários. Na quinta-feira, dia 5, primeiro dia de greve, 517 locais e cerca de 39 mil bancários permaneceram parados durante todo o dia. No dia 6, esse número cresceu para 555 locais e 40 mil trabalhadores.
Na sexta-feira, o sindicato conseguiu na Justiça o direito à greve. O banco que desrespeitar essa decisão está sujeito ao pagamento de multa no valor de R$ 20 mil.
Clientes Para evitar transtornos, a Fenaban orienta os clientes a usar os 69,5 mil estabelecimentos alternativos que também realizam operações bancárias, como lotéricas, farmácias e outros, além de Internet e serviços por telefone.
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