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Internacional
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 07:16

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O presidente do Supremo Tribunal Penal que julga Saddam Hussein e seis de seus antigos colaboradores expulsou hoje o ditador iraquiano da corte pela quarta vez desde o início do processo por genocídio de curdos iraquianos.

O juiz Mohammed Oreibi al-Khalifa ordenou a expulsão de Saddam da sala do tribunal após discutir com ele e de impedi-lo de ler um documento.

Apesar isso, Saddam começou a ler uma frase do Corão (livro sagrado dos muçulmanos) a favor do combate aos infiéis. Neste momento, o juiz pediu aos guardas do tribunal que tirassem Saddam da sala e ordenou a continuação da sessão a portas fechadas. Além disso, o juiz ordenou a interrupção da transmissão visual e sonora da audiência.

O incidente ocorreu enquanto comparecia na sala a primeira testemunha da sessão de hoje, a 14ª no caso de Al-Anfal, no qual se acusa Saddam e seus assessores de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra contra os curdos da região norte do país entre 1978 e 1988.

A mulher curda, que dava seu testemunho atrás de uma cortina, afirmou que seu marido foi detido durante a operação de Al-Anfal em abril de 1988 e que não sabe se ele continua vivo.

Na sessão de hoje também não esteve presente a equipe da defesa que boicota o processo há quatro sessões, em protesto contra "a intromissão do Governo" no julgamento após a destituição do juiz anterior no mês passado, por ter afirmado que Saddam "não era um ditador".

Hoje se apresentou uma nova equipe de advogados nomeada pelo tribunal.

Segundo números fornecidos pelo procurador-geral do Supremo Tribunal Penal, mais de 180 mil curdos foram assassinados ou desapareceram na campanha de Al-Anfal, que coincidiu com os últimos dois anos da guerra entre Irã e Iraque (1980-1988).





Fonte: EFE

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