Otan nega ter provas contra inteligência do Paquistão

O comandante-em-chefe das forças da Otan no Afeganistão, David Richards, negou hoje que tenha trazido em sua viagem ao Paquistão provas contra o Serviço de Inteligência paquistanês (ISI), como publicou a imprensa britânica.

Em declarações à rede "GEO TV", o general britânico chamou as alegações de "campanha de propaganda" e elogiou o Governo do Paquistão pela guerra contra o terrorismo.

Richards deve se reunir hoje com o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, para discutir a segurança na fronteira com o Afeganistão e o ressurgimento dos talibãs, que poderiam ter apoio do lado paquistanês.

O jornal "Sunday Times" publicou no domingo que Richards poderia mostrar fotografias tiradas por satélite e vídeos demonstrando que grupos talibãs treinam em território paquistanês e que seu principal líder, o Mulá Omar, vive refugiado em Quetta, perto da fronteira com o Afeganistão.

Um suposto documento do Ministério da Defesa britânico, publicado pelo jornal, relacionava indiretamente os serviços secretos paquistaneses com atividades terroristas no Afeganistão.

O Exército afegão se queixa de que, nos últimos cinco anos, os talibãs têm atacado as tropas da Aliança, saindo do território paquistanês.

Musharraf nega a participação de seu país nas atividades dos rebeldes. Para ele, o Paquistão "está fazendo um trabalho excelente" em seu objetivo de controlar os grupos terroristas da região.

É a primeira vez que o comandante-em-chefe da Otan na região visita o Paquistão desde o dia 5, quando a Força para a Assistência à Segurança (Isaf) assumiu o controle da totalidade do território afegão.