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Saúde
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 01:57

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Cruz Vermelha farão um apelo nesta terça-feira aos governos da União Européia (UE) para que lutem contra o aumento alarmante dos casos de tuberculose ultra-resistente nos países do leste europeu, situados na periferia do bloco.

"A resistência a medicamentos que enfrentamos atualmente é o maior desafio na questão da tuberculose na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", disse Markku Niskala, secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. "Por isso instamos os dirigentes europeus a reagirem energicamente sem demora, já que caso contrário a crise poderia escapar do nosso controle", alertou o encarregado em um comunicado.

A OMS, a Cruz Vermelha e outras 20 organizações e ONGs anunciaram nesta terça-feira a criação de uma aliança para melhorar a luta contra a tuberculose e pressionar os governos a se comprometerem mais.

A cada ano, 450 mil pessoas contraem tuberculose na Europa do leste e na Ásia Central, enquanto quase 70 mil pessoas morrem vítimas da doença, segundo a Cruz Vermelha. Dos 20 países do mundo com a maior taxa de tuberculose ultra-resistente, 14 estão nestas regiões.

Em alguns países, o mau uso dos medicamentos antituberculose de segunda linha, que são a última defesa contra a doença, está contribuindo para a multiplicação de casos de tuberculose ultra-resistente.

O problema se agravou ainda mais com a crescente expansão do vírus da Aids, sobretudo na Ucrânia e na Rússia, já que a perda de defesas favorece o aparecimento da tuberculose.

Uma série de estudos na Letônia demonstrou que 18% dos casos de tuberculose resistentes aos remédios são causados pela variante ultra-resistente do bacilo.

"As regiões mais perigosas de tuberculose resistentes a remédios são todas as situadas na periferia da União Européia", destacou Mario Raviglione, diretor do serviço antituberculose da OMS.

"Os esforços na luta contra esta doença devem estar à altura da ameaça e aparecer na cabeça das prioridades européias", disse Raviglione.

A tuberculose mata quase 5 mil pessoas a cada dia no mundo e é a primeira causa de morte entre os doentes de Aids.




Fonte: AFP

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