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Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 20:17

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“A ditadura voltou. Alguns juízes estaduais, na ânsia de moralizar a Justiça estão agindo de maneira autoritária, deixando de cumprir o Artigo 35 da Lei Orgânica da Magistratura”. Palavras do advogado Mananciel José da Fonseca, presidente do Tribunal de Defesa de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT).

O advogado está denunciando a falta de informações sobre o inquérito da “Operação Overlord” da Polícia Federal que prendeu 24 pessoas em Rondonópolis (Sul, a 220 km de Cuiabá) na manhã da última sexta-feira (06).

O advogado Mananciel conversou agora a pouco com a reportagem do Site 24 Horas News por telefone, quando fez uma séria e grave denúncia de cerciamento de defesa. Ou seja, segundo ele, os advogados que estão trabalhando no caso ainda não tiveram acesso aos autos do inquérito, muito menos aos clientes.

“As investigações podem estar em segredo de Justiça, até ai tudo bem. Os advogados não estão lá para atrapalhar ninguém, muito menos a Polícia. Agora, o segredo de Justiça não é para os advogados, mas sim para pessoas estranhas ao inquérito e ao processo. Todos sabem tudo, principalmente a imprensa que publicou o nome de todos os presos. Agora os advogados não sabem nada e ainda são proibidos de falar até com seus clientes. Isso é um absurdo. Por isso eu estou falando que a ditadura voltou”, denunciou o presidente do Tribunal de Defesa de Prerrogativas da OAB-MT.

ENTENDA O CASO

A Polícia Federal já cumpriu 23 – falta prender apenas uma pessoa - dos 24 mandados de prisão preventiva decretada pela Justiça Federal de Mato Grosso. Além dos 23 presos, a PF também prendeu o juiz de Direito Pedro Pereira de Campos Filho, que não estava na lista da Justiça. O juiz acabou sendo autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, pois na casa dele a PF apreendeu duas armas sem registro e sem procedência. A prisão aconteceu na casa do magistrado durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Pereira pagpou fiança e já está em liberdade.

A HISTÓRIA

Mato Grosso virou mais uma vez alvo da Polícia Federal. Na manhã da última sexta-feira 120 agentes e delegados federais entraram em ação na cidade com “Operação Overlord “ que teve como objetivo desbaratar uma quadrilha que agia em todo Mato Grosso com corrupção ativa, corrupção passiva, associação ao tráfico, tráfico de influência e narcotráfico.

Quatro delegados, cinco advogados, seis traficantes e sete investigadores já estão presos. A Justiça Federal de Mato Grosso expediu 24 mandados de prisão preventiva e 28 mandados de busca e apreensão. Um dos mandados foi cumprido na casa do juiz Pedro Pereira Campos Filho, que acabou sendo preso por porte ilegal de arma de fogo.

A Operação teve início por volta das cinco horas da manhã. As primeiras prisões foram dos delegados Anaides Borger, Eduardo César Gomes da Silva, Maurício Braga e Antônio Mouro Filho. Além dos delegados já estão sob a custódia das Polícia Federal sete investigadores, cinco advogados e seis traficantes.

Um dos 28 mandados de busca e apreensão, uma foi realizada na casa do juiz Pedro Pereira Campos Filho. A PF ainda não informou o que foi apreendido na casa do magistrado. Quase todas as pessoas presas são bastante conhecidas na sociedade de Rondonópolis e em outras cidades do Estado.

A assessoria de comunicação da Polícia Federal confirmou que as investigações para desbaratar esta quadrilha começaram a mais de um ano com escutadas telefônicas autorizadas pela Justiça.

Informado da operação, o secretário de Segurança Pública e Justiça, Célio Wilson e o diretor geral da Polícia Civil Romel Luiz dos Santos seguiram para Rondonópolis para acompanhar a operação. Eles, juntamente com o delegado federal Geraldo Pereira, superintendente da Polícia Federal vão apresentar os delegados, advogados, investigadores e demais presos às 14 horas em Rondonópolis.

No momento da apresentação dos presos a PF também vai dar uma entrevista coletiva para explicar toda a operação que culminou com a prisão de mais uma quadrilha que agira em Mato Grosso.





Fonte: 24HorasNews

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