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Internacional
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 15:35

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O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein voltou ao tribunal nesta segunda-feira em Bagdá, enquanto que Amer al-Hachimi, irmão do vice-presidente da República, de origem sunita, foi assassinado por desconhecidos em sua casa da capital iraquiana.

Adiado em 26 de setembro, o julgamento recomeçou com a audiência de quatro testemunhas curdas.

Prestando depoimento anônimo, atrás de uma cortina, uma curda descreveu as circunstâncias nas quais desapareceu sua família em 1998, durante a ofensiva do exército iraquiano contra os curdos. "Eles foram enterrados vivos", relatou.

Abdel-Hadi Abdallah Mohammed, 41 anos, agricultor da região de Suleimaniyeh, capital de uma províncias do Curdistão, declarou que ficou sabendo da morte de sua mãe na sórdida prisão de Nugrat Salman (sul), onde muitos curdos eram levados naquela época.

"Ela foi enterrada e desenterrada em seguida por um cachorro preto que se alimentava dos corpos", disse Mohammed ao tribunal.

Outra testemunha comentou que as mulheres detidas na prisão de Nugrat Salman era sistematicamente levadas ao escritório do diretor da prisão, onde elas eram estupradas.

O ex-presidente iraquiano e Hassan al-Majid, mais conhecido como Ali, o químico, por seu papel nos bombardeios químicos das zonas civis, são acusados de genocídio. Além disso, os dois e outras cinco pessoas são acusadas de crime de guerra e crime contra a humanidade contra os curdos por ter ordenado e conduzido as campanhas militares de Anfal, em 1987 e 1988, que deixaram mais de 180.000 mortos no Curdistão. Ambos podem ser condenados à morte.

Os advogados da defesa estão boicotando o processo para protestar contra a nomeação de um juiz devida, segundo eles, à intrervenção do governo.

Além disso, o irmão do vice-presidente iraquiano Tarek al-Hachimi foi assassinado em Bagdá.

De acordo com um dirigente do Partido Islâmico Iraquiano, do qual Tarek al-Hachimi é secretário-geral, os agressores atacaram a residência Amer al-Hachimi em Bagdá, mataram seus guarda-costas e seqüestraram seu filho.

O general Amer al-Hachimi era conselheiro militar à presidência da República.

Em Bagdá, nove pessoas morreram na explosão de um carro-bomba em um bairro xiita.

Em Tall Afar (370 km ao norte de Bagdá), um carro-bomba explodiu, matando um policial.

Na região de Kut (sul), centenas de homens de uma nova unidade da polícia iraquiana ficaram doentes depois de ter ingerido água ou refeição suspeitas. O fornecedor foi detido e os cozinheiros estavam sendo interrogados para determinar as circunstâncias da intoxicação.

Três marines americanos não resistiram aos ferimentos e faleceram nesta segunda-feira na província de Al-Anbar.





Fonte: AFP

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