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Internacional
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 15:15

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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram hoje que seus representantes na negociação de um eventual acordo humanitário com o Governo colombiano irão armados à área que será desmilitarizada para as gestões conjuntas. As Farc são uma "organização armada" e não existe "nenhum acordo de paz com o Estado", lembrou o "secretariado", o comando da organização insurgente, em comunicado divulgado hoje pela internet.

Por isso, "nossos representantes farão presença armada e contarão com seus próprios dispositivos de segurança", afirmou o grupo insurgente, cuja nota está datada de 5 de outubro, das "montanhas da Colômbia".

As Farc ratificaram que estão prontas para assumir a negociação de um acordo de troca ou de intercâmbio humanitário das 59 pessoas que mantêm como reféns por mais de 500 insurgentes presos, entre eles dois extraditados aos Estados Unidos.

Os seqüestrados, alguns dos quais estão há mais de oito anos em cativeiro, são membros da Polícia, políticos - incluindo a ex-candidata presidencial independente Ingrid Betancourt - e três americanos.

Os rebeldes se referiram a um recente anúncio do presidente Álvaro Uribe de que está disposto a retirar as tropas de algum lugar do sudoeste do país para que as partes assumam a gestão do acordo, sem indicar se a decisão atinge os territórios de Florida e Pradera, como as Farc exigem.

As unidades rebeldes "encarregadas de verificar a desmilitarização dos municípios de Florida e Pradera estão a postos", assegurou o comando guerrilheiro. "Só esperam o decreto presidencial e a retirada da Polícia para iniciar sua missão".

As Farc acrescentaram que "os comandantes Fabián Ramírez, Carlos Antonio Losada e Felipe Rincón, representantes plenipotenciários das Farc para efeitos da troca, também estão prontos".

"Mas é importante que o Governo unifique as opiniões de seus porta-vozes para dar credibilidade ao processo", afirmou o comando.

A guerrilha ressaltou que o Executivo deve definir "se sua interlocução é com uma organização que pegou em armas contra o Estado ou com terroristas, pois assim a comunidade nacional e a comunidade internacional terão clareza suficiente para determinar sua presença" na eventual sede de negociações.

Além disso, o "secretariado" das Farc sustentou que, se houver um acordo de troca, "será principalmente como conseqüência da grande mobilização de massas em campos e cidades, e não por vontade do Governo".

A Polícia fracassou "em sua obsessão" por resgatar os reféns, continuaram os rebeldes. As Farc consideram os seqüestrados e presos "prisioneiros de guerra", por isso "entregaremos os que temos e receberemos os guerrilheiros detidos atualmente".

Na nota, a organização rebelde também ratificou que um acordo de troca humanitária pode deixar "em aberto as possibilidades de busca conjunta por caminhos de reconciliação".





Fonte: EFE

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