Ministro da Agricultura pede reforma na política agrícola

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, disse nessa quinta-feira ser necessário mudar a política agrícola. "Este modelo atual é uma política reativa que já se esgotou. Temos de caminhar para uma fórmula em que o governo seja mais pró-ativo", disse o ministro, ao ressaltar que já solicitou à área econômica um orçamento de R$ 2,6 bilhões para serem usados em apoio à comercialização de produtos agrícolas no ano que vem. Se forem aprovados, os recursos ficarão maiores que os destinados para este ano, de R$ 2,45 bilhões.

Só para a soja foram R$ 1 bilhão. A expectativa é de montante igual em 2007. Guedes disse que está estudando com o Ministério da Fazenda um novo modelo para a política agrícola. Ele defende o aumento dos recursos para o seguro rural, aperfeiçoamento do mercado futuro para o agronegócio e diversificação das fontes de financiamento.

Segundo o ministro, nos últimos sete anos, o governo destinou em média R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões para renegociação de dívidas e comercialização. Apenas em 2006 a média será de R$ 6 bilhões. "Se fosse investida uma parcela deste valor no seguro rural, não haveria compromisso do governo (renegociar dívidas a cada ano)", disse, ao ressaltar ser necessária a aprovação do fundo de catástrofe, cujo projeto está parado no Congresso Nacional. Para ele, os recursos do seguro agrícola precisam ser "multiplicado por 10 ou 20 vezes".

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem R$ 166 milhões para a agricultura. Do total, R$ 148 milhões serão destinados à defesa sanitária voltada exclusivamente à prevenção da gripe aviária. Outros R$ 18 milhões serão usados no seguro agrário para a nova safra. Com este valor, o total a ser aplicado em pagamento de subvenção ao prêmio de seguro rural na safra 2006/2007 chegará a R$ 61 milhões, conforme adiantou este jornal. Guedes disse ainda ser necessário aumentar os recursos anuais destinados à defesa sanitária. Em 2006 foram R$ 160 milhões. "Estamos trabalhando com verbas 15% a 20% maiores a cada ano", disse Guedes.