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Cidades/Geral
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 10:57

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Dez partidos considerados nanicos ganharam, nestas eleições, 64 cadeiras a mais do que possuem hoje nas Assembléias Legislativas do país, encolhendo as bancadas das grandes legendas (PT, PSDB e PFL). Só o PMDB ganhou um deputado e foi para 166.

Dentre os grandes, o PT foi o partido que mais perdeu vagas nos Legislativos estaduais: 12. Hoje, tem 138 parlamentares. Em 2007, terá 126. O PFL perdeu sete (de 126 para 119); o PSDB, três (de 151 para 148).

Os dez partidos que ampliaram seus representantes por todo o país são PRP, PTN, PAN, PT do B, PHS, PRTB, PSC, PSDC, PTC e PV.

Para o analista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), uma das principais causas para a votação expressiva nos partidos nanicos foi o esforço deles em romper a cláusula de barreira. "Houve uma priorização no sentido de tentar fazer o maior número de parlamentares possível para sobreviver."

Segundo ele, no entanto, houve também os "puxadores de votos". Ele cita o caso de Fernando Gabeira (PV), que foi o deputado federal mais bem votado do Rio, mas que pediu e conseguiu votos para deputados estaduais de São Paulo.

O PV, aliás, foi o que mais cresceu entre os partidos pequenos. Ganhou 20 novos deputados estaduais em dez Estados. Em sete deles, o partido não possui nem sequer um representante hoje.

"Houve uma campanha ostensiva para aumentar o voto na legenda. Além disso, muita gente ficou órfã da esquerda, decepcionada com o que o PT fez. É normal que os votos da centro-esquerda migrem para o PV", diz o cientista social Claudio Couto, da PUC-SP.

Os dois concordam ainda que os últimos escândalos afetaram de fato os grandes partidos.

"O mensalão, os sanguessugas e a não-cassação dos parlamentares contribuem para um desgaste muito grande da classe política. Quem tende a ser mais atingido por esse tipo de coisa são os partidos de maior visibilidade", diz Couto.

O PMDB foi o único que quase manteve o número de deputados estaduais -ganhou um. Para Teixeira, isso ocorreu porque o partido não tem "identidade". "Não dá para saber onde ele é situação e onde é posição."

Os dez partidos pequenos que ganharam as cadeiras não conseguiram ultrapassar a cláusula de barreira. Mas a tendência é a fusão. O PAN, por exemplo, já se uniu ao PTB.

"O eleitor, do ponto de vista da identidade partidária, acaba assimilando muito mais a pessoa do que o partido. Ele votou nos [candidatos do] Peroba e não no PAN", afirma Teixeira.





Fonte: 24HorasNews

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