RSF pede investigação internacional sobre morte de Politkovskaya
"Pedimos a abertura de uma investigação internacional independente, já que é inimaginável deixar para a Justiça russa tramitar este assunto", afirmou a RSF em comunicado.
Politkovskaya era "o símbolo da consciência erguida frente a um poder que amordaça os jornalistas", ressaltou a associação de defesa da liberdade de imprensa.
Sua denúncia da "política de terror na Chechênia e seu compromisso inflexível em favor da liberdade de informar faziam dela uma figura principal do jornalismo independente na Rússia", acrescentou.
"Fazendo com que ela desaparecesse, reduzindo-a ao silêncio da maneira mais selvagem, é a consciência democrática a que foi assassinada", ressaltou a organização com sede em Paris.
Para protestar contra este "assassinato vergonhoso", a RSF convocou uma manifestação esta tarde em frente à embaixada da Rússia em Paris.
A organização explicou que pediu uma investigação internacional independente do assassinato da jornalista porque a Justiça russa mostrou anteriormente "sua incapacidade para esclarecer as mortes de jornalistas que incomodam o poder".
A RSF lembrou que o assassinato ainda não esclarecido de Paul Klebnikov, redator-chefe da edição russa da revista "Forbes", baleado em Moscou em 9 de julho de 2004, "é um vibrante exemplo".
A organização destacou que a jornalista trabalhava em artigo sobre a tortura na Chechênia, com fotos de apoio, que nunca chegaram à redação do "Novaya Gazeta", semanário independente para o qual escrevia.
Agraciada com numerosos prêmios, Politkovskaya ficou conhecida internacionalmente quando foi escolhida como mediadora pelo comando terrorista checheno que tomou o Teatro Dubrovka de Moscou, em outubro de 2002.
Mais de 800 espectadores ficaram retidos durante três dias e, na invasão das tropas russas, 169 pessoas morreram - 128 reféns e 41 terroristas.
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