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Internacional
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 10:50

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A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) pediu hoje uma "investigação internacional independente" sobre o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, conhecida por suas críticas à política do presidente russo, Vladimir Putin, na Chechênia.

"Pedimos a abertura de uma investigação internacional independente, já que é inimaginável deixar para a Justiça russa tramitar este assunto", afirmou a RSF em comunicado.

Politkovskaya era "o símbolo da consciência erguida frente a um poder que amordaça os jornalistas", ressaltou a associação de defesa da liberdade de imprensa.

Sua denúncia da "política de terror na Chechênia e seu compromisso inflexível em favor da liberdade de informar faziam dela uma figura principal do jornalismo independente na Rússia", acrescentou.

"Fazendo com que ela desaparecesse, reduzindo-a ao silêncio da maneira mais selvagem, é a consciência democrática a que foi assassinada", ressaltou a organização com sede em Paris.

Para protestar contra este "assassinato vergonhoso", a RSF convocou uma manifestação esta tarde em frente à embaixada da Rússia em Paris.

A organização explicou que pediu uma investigação internacional independente do assassinato da jornalista porque a Justiça russa mostrou anteriormente "sua incapacidade para esclarecer as mortes de jornalistas que incomodam o poder".

A RSF lembrou que o assassinato ainda não esclarecido de Paul Klebnikov, redator-chefe da edição russa da revista "Forbes", baleado em Moscou em 9 de julho de 2004, "é um vibrante exemplo".

A organização destacou que a jornalista trabalhava em artigo sobre a tortura na Chechênia, com fotos de apoio, que nunca chegaram à redação do "Novaya Gazeta", semanário independente para o qual escrevia.

Agraciada com numerosos prêmios, Politkovskaya ficou conhecida internacionalmente quando foi escolhida como mediadora pelo comando terrorista checheno que tomou o Teatro Dubrovka de Moscou, em outubro de 2002.

Mais de 800 espectadores ficaram retidos durante três dias e, na invasão das tropas russas, 169 pessoas morreram - 128 reféns e 41 terroristas.





Fonte: EFE

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