Repórter News - reporternews.com.br
Tensão marca 1º debate entre Lula e Alckmin
Com clima por vezes bastante tenso, os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Geraldo Alckmin, do PSDB, fizeram neste domingo na TV Bandeirantes o primeiro debate do segundo turno das eleições brasileiras.
Em cinco blocos, os candidatos debateram seus programas de governo para diversas áreas - como segurança pública, saúde, programas sociais, política externa, infra-estrutura, entre outros - e também questões como ética, corrupção e privatizações.
Dossiê e Previdência
No primeiro bloco, a primeira questão foi feita pela emissora aos candidatos, sobre cortes de gastos nos futuros governos e como equilibrar as contas da Previdência. Alckmin afirmou que pretendia cortar gastos para tornar o governo mais eficiente. Na sua resposta, Lula atacou o tucano, dizendo que "a única coisa que ele sabe fazer é cortar gastos de quem não deve cortar, o salário do trabalhador."
Em seguida, o assunto do escândalo do dossiê veio à tona. Alckmin perguntou a Lula "de onde veio o dinheiro sujo do dossiê". O presidente disse que também quer saber, e que "o único ganhador (com a divulgação do dossiê) foi a candidatura do meu adversário."
Alckmin voltou a perguntar a Lula a origem do dinheiro e o presidente respondeu que "possivelmente o governador tenha saudades do tempo da tortura, em que pouco depois do crime já se tinha uma confissão."
Na sua primeira pergunta a Alckmin, Lula quis saber da relação do governador com o ex-ministro Barjas Negri, citado no escândalo das Sanguessugas.
"O escândalo das sanguessugas é do seu governo. Não se refere ao meu governo, mas ao governo passado. Se tem alguém que não tem moral para falar em ética é o presidente Lula", disse o tucano. Lula então disse que no governo anterior 69 CPIs foram engavetadas, e que em seu governo, não houve esforço do Planalto para impedi-las. Alckim respondeu que o governo só ficou sabendo dos escândalos de corrupção porque o ex-deputado federal Roberto Jefferson "contou para o Brasil".
Corrupção, programas sociais e Febem
No segundo bloco, de perguntas entre candidatos, Alckmin voltou a falar sobre corrupção. Ele listou os ex-ministros de Lula que foram envolvidos em escândalos de corrupção.
"O estranho não é ter ministro envolvido em escândalo. É governo afastando e punindo", disse Lula. Na sua resposta, o presidente disse que os ministros foram convidados, mas cometeram erros, e disse que o governo anterior não punia envolvidos em escândalos.
Na sua vez de perguntar, Lula destacou o esforço do seu governo para reduzir a desigualdade no Brasil, citando que seis milhões de pessoas saíram da miséria. "Alguma política sua para o Bolsa-Família, governador?"
Alckmin defendeu um programa social do seu governo estadual em São Paulo, que beneficiou 170 mil pessoas. Lula disse que "é muito pouco para 12 anos de governo" e que em "apenas três meus, 11 milhões de brasileiros começaram a comer". Na réplica, Alckmin disse que parte dos programas sociais do governo federal começaram na gestão anterior, de Fernando Henrique Cardoso, como o Bolsa-Escola.
Na questão seguinte, os programas sociais voltaram a ser discutidos. "A política de vocês é privatizar, privatizar, privatizar. A nossa é investir no social, no social, no social", disse Lula. Alckmin voltou a defender a gestão de FHC.
Depois, os candidatos discutiram educação de jovens na Febem. Lula disse que foi o governo federal quem educou as crianças no Estado de São Paulo. Alckmin reclamou que o Estado só recebia dinheiro na época do governo Fernando Henrique Cardoso.
No fim do bloco, Alckmin e Lula discutiram a saúde pública.
Segurança pública, política externa e infra-estrutura
No terceiro bloco, também de perguntas entre candidatos, Lula criticou a gestão de segurança pública de Alckmin e citou o surgimento da facção criminosa PCC. Alckmin disse que construiu presídios e que equipou a polícia, e afirmou que o governo federal cortou verbas para a segurança pública nos Estados. Lula disse que o governo estadual de São Paulo cortou 15% do orçamento em segurança.
Em seguida, política externa esteve na pauta. Alckmin disse que o governo "perdeu no Conselho de Segurança", "foi humilhado pela Bolívia". Lula defendeu a política externa brasileira, dizendo que ela é ousada, por não limitar o Brasil a "dois grandes blocos mundiais".
"A Bolívia fez o que todos os países do mundo fizeram com o petróleo", disse Lula, defendendo negociações - em vez de ação militar - com a Bolívia. Alckmin acusou Lula de ser um "presidente fraco" e lembrou que as refinarias da Petrobras na Bolívia foram invadidas pelo exército do país. Lula disse que Alckmin "ainda está na Guerra Fria".
A próxima questão foi energia. Lula disse que o vice da coligação de Alckmin (senador José Jorge, ex-ministro de Minas e Energia) era o "ministro do Apagão". Alckmin disse que o Brasil só não sofreu novo apagão porque o país não cresceu, e disse que é necessário gerar 16 mil megawatts. Lula disse que o governo produziu 13 mil megawatts, com ênfase na energia eólica e com biomassa. Eles também discutiram a infra-estrutura de transportes do país.
Perguntas de jornalistas
No quarto bloco, candidatos responderam perguntas feitas por jornalistas da TV Bandeirantes. A primeira questão foi para Lula sobre suas alegações de que não sabia sobre escândalos de corrupção no seu governo. Lula disse que se apóia nas instituições para apurar, como a Polícia Federal, e que fica triste ao saber de casos de corrupção.
A segunda pergunta foi para Alckmin sobre a redução da maioridade penal. Alckmin disse que é contra.
Em seguida, Lula foi questionado sobre como elevar o moral dos brasileiros. Lula disse que o Brasil tem passado por um problema de "desagregação da sociedade", que passa por todos, inclusive pela imprensa. Ele defendeu que a sociedade trabalhe para divulgar bons exemplos.
A última pergunta do bloco foi para Alckmin sobre como e onde cortar gastos corajosamente. Alckmin respondeu que fará os ajustes necessários, e que o governo atual, no assunto do crescimento econômico, é "uma tartaruga".
Privatização e educação
No último bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si. Alckmin disse que Lula foi irônico e desrespeitoso e perguntou porque o presidente disse que Alckmin pretende privatizar empresas estatais. Lula disse que são integrantes do partido e da coligação de Alckmin que defendem privatizações.
A segunda questão foi de Lula sobre educação, criticando o desempenho dos alunos de São Paulo no Enem. Alckmin disse que Lula tira o dinheiro do Estado e depois critica a educação em São Paulo.
Nas considerações finais, Lula disse que está convencido de que dá para fazer muito mais pelo Brasil, já que "a casa está pronta", e defendeu a geração de mais empregos através do investimento em educação. Alckmin lembrou que participou de todos os debates e disse que o "PT já teve a sua chance", mas que está fazendo o país crescer pouco.
O debate foi realizado nos estúdios da TV Bandeirantes em São Paulo e transmitido para todo o Brasil.
Os brasileiros vão às urnas no dia 29 para escolher o presidente.
Dossiê e Previdência
No primeiro bloco, a primeira questão foi feita pela emissora aos candidatos, sobre cortes de gastos nos futuros governos e como equilibrar as contas da Previdência. Alckmin afirmou que pretendia cortar gastos para tornar o governo mais eficiente. Na sua resposta, Lula atacou o tucano, dizendo que "a única coisa que ele sabe fazer é cortar gastos de quem não deve cortar, o salário do trabalhador."
Em seguida, o assunto do escândalo do dossiê veio à tona. Alckmin perguntou a Lula "de onde veio o dinheiro sujo do dossiê". O presidente disse que também quer saber, e que "o único ganhador (com a divulgação do dossiê) foi a candidatura do meu adversário."
Alckmin voltou a perguntar a Lula a origem do dinheiro e o presidente respondeu que "possivelmente o governador tenha saudades do tempo da tortura, em que pouco depois do crime já se tinha uma confissão."
Na sua primeira pergunta a Alckmin, Lula quis saber da relação do governador com o ex-ministro Barjas Negri, citado no escândalo das Sanguessugas.
"O escândalo das sanguessugas é do seu governo. Não se refere ao meu governo, mas ao governo passado. Se tem alguém que não tem moral para falar em ética é o presidente Lula", disse o tucano. Lula então disse que no governo anterior 69 CPIs foram engavetadas, e que em seu governo, não houve esforço do Planalto para impedi-las. Alckim respondeu que o governo só ficou sabendo dos escândalos de corrupção porque o ex-deputado federal Roberto Jefferson "contou para o Brasil".
Corrupção, programas sociais e Febem
No segundo bloco, de perguntas entre candidatos, Alckmin voltou a falar sobre corrupção. Ele listou os ex-ministros de Lula que foram envolvidos em escândalos de corrupção.
"O estranho não é ter ministro envolvido em escândalo. É governo afastando e punindo", disse Lula. Na sua resposta, o presidente disse que os ministros foram convidados, mas cometeram erros, e disse que o governo anterior não punia envolvidos em escândalos.
Na sua vez de perguntar, Lula destacou o esforço do seu governo para reduzir a desigualdade no Brasil, citando que seis milhões de pessoas saíram da miséria. "Alguma política sua para o Bolsa-Família, governador?"
Alckmin defendeu um programa social do seu governo estadual em São Paulo, que beneficiou 170 mil pessoas. Lula disse que "é muito pouco para 12 anos de governo" e que em "apenas três meus, 11 milhões de brasileiros começaram a comer". Na réplica, Alckmin disse que parte dos programas sociais do governo federal começaram na gestão anterior, de Fernando Henrique Cardoso, como o Bolsa-Escola.
Na questão seguinte, os programas sociais voltaram a ser discutidos. "A política de vocês é privatizar, privatizar, privatizar. A nossa é investir no social, no social, no social", disse Lula. Alckmin voltou a defender a gestão de FHC.
Depois, os candidatos discutiram educação de jovens na Febem. Lula disse que foi o governo federal quem educou as crianças no Estado de São Paulo. Alckmin reclamou que o Estado só recebia dinheiro na época do governo Fernando Henrique Cardoso.
No fim do bloco, Alckmin e Lula discutiram a saúde pública.
Segurança pública, política externa e infra-estrutura
No terceiro bloco, também de perguntas entre candidatos, Lula criticou a gestão de segurança pública de Alckmin e citou o surgimento da facção criminosa PCC. Alckmin disse que construiu presídios e que equipou a polícia, e afirmou que o governo federal cortou verbas para a segurança pública nos Estados. Lula disse que o governo estadual de São Paulo cortou 15% do orçamento em segurança.
Em seguida, política externa esteve na pauta. Alckmin disse que o governo "perdeu no Conselho de Segurança", "foi humilhado pela Bolívia". Lula defendeu a política externa brasileira, dizendo que ela é ousada, por não limitar o Brasil a "dois grandes blocos mundiais".
"A Bolívia fez o que todos os países do mundo fizeram com o petróleo", disse Lula, defendendo negociações - em vez de ação militar - com a Bolívia. Alckmin acusou Lula de ser um "presidente fraco" e lembrou que as refinarias da Petrobras na Bolívia foram invadidas pelo exército do país. Lula disse que Alckmin "ainda está na Guerra Fria".
A próxima questão foi energia. Lula disse que o vice da coligação de Alckmin (senador José Jorge, ex-ministro de Minas e Energia) era o "ministro do Apagão". Alckmin disse que o Brasil só não sofreu novo apagão porque o país não cresceu, e disse que é necessário gerar 16 mil megawatts. Lula disse que o governo produziu 13 mil megawatts, com ênfase na energia eólica e com biomassa. Eles também discutiram a infra-estrutura de transportes do país.
Perguntas de jornalistas
No quarto bloco, candidatos responderam perguntas feitas por jornalistas da TV Bandeirantes. A primeira questão foi para Lula sobre suas alegações de que não sabia sobre escândalos de corrupção no seu governo. Lula disse que se apóia nas instituições para apurar, como a Polícia Federal, e que fica triste ao saber de casos de corrupção.
A segunda pergunta foi para Alckmin sobre a redução da maioridade penal. Alckmin disse que é contra.
Em seguida, Lula foi questionado sobre como elevar o moral dos brasileiros. Lula disse que o Brasil tem passado por um problema de "desagregação da sociedade", que passa por todos, inclusive pela imprensa. Ele defendeu que a sociedade trabalhe para divulgar bons exemplos.
A última pergunta do bloco foi para Alckmin sobre como e onde cortar gastos corajosamente. Alckmin respondeu que fará os ajustes necessários, e que o governo atual, no assunto do crescimento econômico, é "uma tartaruga".
Privatização e educação
No último bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si. Alckmin disse que Lula foi irônico e desrespeitoso e perguntou porque o presidente disse que Alckmin pretende privatizar empresas estatais. Lula disse que são integrantes do partido e da coligação de Alckmin que defendem privatizações.
A segunda questão foi de Lula sobre educação, criticando o desempenho dos alunos de São Paulo no Enem. Alckmin disse que Lula tira o dinheiro do Estado e depois critica a educação em São Paulo.
Nas considerações finais, Lula disse que está convencido de que dá para fazer muito mais pelo Brasil, já que "a casa está pronta", e defendeu a geração de mais empregos através do investimento em educação. Alckmin lembrou que participou de todos os debates e disse que o "PT já teve a sua chance", mas que está fazendo o país crescer pouco.
O debate foi realizado nos estúdios da TV Bandeirantes em São Paulo e transmitido para todo o Brasil.
Os brasileiros vão às urnas no dia 29 para escolher o presidente.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/269916/visualizar/
Comentários