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Ministros fazem torcida para Lula e rebatem Alckmin em debate
No debate realizado na TV Bandeirantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caprichou na equipe. Candidato à reeleição, ele levou para o primeiro confronto direto com o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) nada menos do que dez ministros, além de assessores.
Ao final, Lula disse em entrevista que a avaliação do debate deve ser feita pelo eleitor. "Eu só lamento que se tenha discutido menos programa do que leviandade, mas isso é próprio de candidato de oposição que disputa cargos importantes pela primeira vez", afirmou à Band no domingo.
A platéia do estúdio da emissora foi cindida: à esquerda os petistas, à direita os tucanos. Na primeira fila lulista estavam a primeira-dama Marisa Letícia, o vice José Alencar, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, e a coordenadora da campanha em São Paulo, Marta Suplicy.
Dona Marisa, no entanto, foi a única da comitiva presidencial que não acompanhou as mais de duas horas do debate. Ela deixou o estúdio ao final do segundo bloco e só retornou para a quinta e última parte. A primeira-dama teria estranhado o frio, comentou-se. Marco Aurélio Garcia, coordenador-geral da campanha, se juntou ao marqueteiro João Santana ao ocupar os assentos que ficam no palco para aconselhar diretamente o candidato, levando comentários e sugestões nos intervalos.
Os ministros assumiram uma certa postura de torcida, alternando momentos de tensão com risadas, muitas vezes censuradas pelo mediador Ricardo Boechat, que pedia silêncio.
O momento de maior mobilização entre a equipe do primeiro escalão foi quando o adversário Alckmin acusou o governo Lula de ter realizado gastos de 700 milhões de reais em diárias com viagens e sugeriu a abertura do sigilo dos cartões de crédito corporativos da Presidência.
No intervalo, o ministro Guido Mantega (Fazenda), procurou os jornalistas para dizer que o volume de gastos com viagens levou à expansão das exportações.
Dilma Rousseff (Casa Civil) esclareceu ainda que as despesas não cresceram em relação ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e trouxeram o benefício de ampliar os contatos comerciais no exterior. Celso Amorim (Relações Externas) ainda tentou dar uma contribuição, mas dada a veemência de Dilma, nem foi necessário.
Denúncias na área de gastos com viagens eram esperadas, disse um dos ministros presentes, mas não passam de uma tentativa da oposição de "forçar uma barra". O tema tem recebido atenção da campanha do adversário.
A equipe de Lula também mostrou descontração ao rir quando Alckmin se disse republicano e quando afirmou que em seu governo em São Paulo não há "absolutamente nada" em relação à corrupção. Lula revidou ao afirmar que ele engavetou mais de 60 pedidos de CPI na Assembléia paulista.
Agitada, a secretária pessoal Clara Ant gesticulava e chegou a passar um bilhete para os conselheiros do palco em um dos vários momentos de questionamento sobre corrupção do governo. Luiz Dulci, ministro da Secretaria Geral, manteve o semblante calmo e parecia transferir a tensão para o movimento dos pés e para as balas que consumiu durante todo o debate.
Dulci avaliou no final do debate que os adversários "devem estar frustados porque venderam a expectativa de que poderiam mudar o rumo da eleição a partir do debate, mas não conseguiram criar nenhum fato nesse sentido".
Com tantas acusações — previsíveis, segundo Tarso Genro (Relações Institucionais) —, a corrupção acabou por deixar para um segundo plano assuntos tradicionais de debates presidenciais, como a política econômica.
POSTURA
Lula, que está na dianteira nas pesquisas de intenção de voto, iniciou o debate tratando Alckmin por "governador" e depois passou a chamá-lo também pelo nome. Soltou ainda um "Vossa Excelência". Lula olhava para Alckmin durante as perguntas do tucano e vice-versa. Já Alckmin mantinha o sorriso mesmo quando agredido durante questionamentos do petista.
Os dois candidatos aparentavam tensão, e Lula demonstrava cansaço ao final, além de irritação.
Dilma contou que todos os ministros atuaram na preparação de Lula, mas minimizou a atuação da equipe ao afirmar que o presidente "tem ótima memória". Relatou ainda que ele descansou na maior parte do domingo, quando chegou a São Paulo no início da tarde e se hospedou em um hotel na cidade.
Enquanto as avaliações do programa pelos políticos mantinham o tom agressivo, para um tucano paulista foi "show geral", referindo-se à participação dos dois candidatos no primeiro debate do segundo turno.
Ao final, Lula disse em entrevista que a avaliação do debate deve ser feita pelo eleitor. "Eu só lamento que se tenha discutido menos programa do que leviandade, mas isso é próprio de candidato de oposição que disputa cargos importantes pela primeira vez", afirmou à Band no domingo.
A platéia do estúdio da emissora foi cindida: à esquerda os petistas, à direita os tucanos. Na primeira fila lulista estavam a primeira-dama Marisa Letícia, o vice José Alencar, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, e a coordenadora da campanha em São Paulo, Marta Suplicy.
Dona Marisa, no entanto, foi a única da comitiva presidencial que não acompanhou as mais de duas horas do debate. Ela deixou o estúdio ao final do segundo bloco e só retornou para a quinta e última parte. A primeira-dama teria estranhado o frio, comentou-se. Marco Aurélio Garcia, coordenador-geral da campanha, se juntou ao marqueteiro João Santana ao ocupar os assentos que ficam no palco para aconselhar diretamente o candidato, levando comentários e sugestões nos intervalos.
Os ministros assumiram uma certa postura de torcida, alternando momentos de tensão com risadas, muitas vezes censuradas pelo mediador Ricardo Boechat, que pedia silêncio.
O momento de maior mobilização entre a equipe do primeiro escalão foi quando o adversário Alckmin acusou o governo Lula de ter realizado gastos de 700 milhões de reais em diárias com viagens e sugeriu a abertura do sigilo dos cartões de crédito corporativos da Presidência.
No intervalo, o ministro Guido Mantega (Fazenda), procurou os jornalistas para dizer que o volume de gastos com viagens levou à expansão das exportações.
Dilma Rousseff (Casa Civil) esclareceu ainda que as despesas não cresceram em relação ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e trouxeram o benefício de ampliar os contatos comerciais no exterior. Celso Amorim (Relações Externas) ainda tentou dar uma contribuição, mas dada a veemência de Dilma, nem foi necessário.
Denúncias na área de gastos com viagens eram esperadas, disse um dos ministros presentes, mas não passam de uma tentativa da oposição de "forçar uma barra". O tema tem recebido atenção da campanha do adversário.
A equipe de Lula também mostrou descontração ao rir quando Alckmin se disse republicano e quando afirmou que em seu governo em São Paulo não há "absolutamente nada" em relação à corrupção. Lula revidou ao afirmar que ele engavetou mais de 60 pedidos de CPI na Assembléia paulista.
Agitada, a secretária pessoal Clara Ant gesticulava e chegou a passar um bilhete para os conselheiros do palco em um dos vários momentos de questionamento sobre corrupção do governo. Luiz Dulci, ministro da Secretaria Geral, manteve o semblante calmo e parecia transferir a tensão para o movimento dos pés e para as balas que consumiu durante todo o debate.
Dulci avaliou no final do debate que os adversários "devem estar frustados porque venderam a expectativa de que poderiam mudar o rumo da eleição a partir do debate, mas não conseguiram criar nenhum fato nesse sentido".
Com tantas acusações — previsíveis, segundo Tarso Genro (Relações Institucionais) —, a corrupção acabou por deixar para um segundo plano assuntos tradicionais de debates presidenciais, como a política econômica.
POSTURA
Lula, que está na dianteira nas pesquisas de intenção de voto, iniciou o debate tratando Alckmin por "governador" e depois passou a chamá-lo também pelo nome. Soltou ainda um "Vossa Excelência". Lula olhava para Alckmin durante as perguntas do tucano e vice-versa. Já Alckmin mantinha o sorriso mesmo quando agredido durante questionamentos do petista.
Os dois candidatos aparentavam tensão, e Lula demonstrava cansaço ao final, além de irritação.
Dilma contou que todos os ministros atuaram na preparação de Lula, mas minimizou a atuação da equipe ao afirmar que o presidente "tem ótima memória". Relatou ainda que ele descansou na maior parte do domingo, quando chegou a São Paulo no início da tarde e se hospedou em um hotel na cidade.
Enquanto as avaliações do programa pelos políticos mantinham o tom agressivo, para um tucano paulista foi "show geral", referindo-se à participação dos dois candidatos no primeiro debate do segundo turno.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/269933/visualizar/
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