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Internacional
Domingo - 08 de Outubro de 2006 às 13:19

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Um escândalo sexual em Capitol Hill é o mais recente golpe aos republicanos e coloca o grupo na luta pela sobrevivência política a quatro semanas das eleições que podem decidir se manterão o controle do Congresso dos EUA.

Os republicanos tentam conter as repercussões das mensagens do deputado Mark Foley, da Flórida, para assistentes do Congresso adolescentes, e foram forçados também a combater as tempestades políticas da guerra no Iraque e de um escândalo de tráfico de influência.

A onda de más notícias começou no momento em que o presidente George W. Bush e os republicanos vivenciavam aumentos nas taxas de aprovação e nas perspectivas para as eleições ao Congresso, em 7 de novembro, no meio do mandato atual.

"Estávamos subindo e então fomos atingidos por um monte de coisas", disse David Winston, responsável por pesquisas republicanas.

Uma pesquisa feita por Winston na semana passada mostrou que o escândalo sexual ainda não mudou as intenções dos eleitores, nem as atitudes em relação aos republicanos, mas uma pesquisa divulgada pela Newsweek no sábado disse que os democratas assumiram a vantagem dos republicanos no tema de "valores morais".

Os democratas tentam controlar o debate público antes da eleição, em que precisam subir pelo menos 15 em 435 cadeiras da câmara dos deputados e seis nas 100 do Senado para ganhar o poder.

Quando o escândalo de Foley explociu, Bush e os republicanos já estavam na defensiva, por causa da relatório nacional de inteligência dizendo que a guerra no Iraque ajudou a inflamar o extremismo islâmico.

Um novo livro de Bob Woodward, do jornal The Washington Post, disse que a Casa Branca foi mal na guerra no Iraque e que Bush enganou os norte-americanos sobre a dimensão da violência.

John Warner (Virginia), presidente republicano do Comitê do Senado de Serviços Armados, adicionou lenha à fogueira na quinta-feira, depois de uma viagem ao Iraque.

Ele disse que o país deu um passo para trás e que os EUA podem ter que considerar em breve uma "mudança de curso."

Uma nova pesquisa da revista Times mostrou que 54 por cento dos norte-americanos acham que Bush enganou o país ao defender a guerra no Iraque, e nova pesquisa AP/Ipsos deu aos democratas liderança sobre os republicanos na luta contra o terrorismo — que costumava ser um ponto forte dos republicanos.

''COELHO''

"Está claro agora que os republicanos não podem contar com a segurança para ser o coelho mágico que vão tirar do chapéu",disse o senador Chuck Schumer (New York), que é presidente do comitê democrata responsável por campanhas ao senado.

O escândalo de influência envolvendo o lobista republicano Jack Abramoff também ressurgiu. Um relatório de um comitê do Congresso mostrou muitos contatos da Casa Branca com Abramoff, que declarou-se culpado de conspiração e fraude e está cooperando com a investigação federal de corrupção.

Uma assessora do conselheiro político da Casa Branca Karl Rove renunciou na sexta-feira, depois que um relatório disse que ela passou informação privilegiada para Abramoff, e aceitou dele ingressos para eventos esportivos.

Os eventos derrubaram de novo as taxas de aprovação de Bush para a casa dos 30 por cento em muitas pesquisas, depois de passarem de 40 por cento.

"Esta semana foi absolutamente horrível para os republicanos", disse John Zogby, de uma empresa de pesquisas.

A pesquisa The Time mostrou que quase 80 por cento dos entrevistados estão cientes do escândalo sexual e que apenas 16 por cento aprovam a maneira como os republicanos trataram do caso.

A maior preocupação dos republicanos é que os conservadores não saiam de casa para votar, depois da desilusão do escândalo sexual.

Os democratas esperam que o escândalo incentive suas bases.

"Os republicanos estão em fuga e podemos vencê-los atingindo com tudo o que temos imediatamente", disse o estrategista democrata James Carville, durante evento para levantar fundos para o comitê de campanha para o Senado.

Doug Schoen, ex-responsável de pesquisas do presidente democrata Bill Clinton, disse que o escândalo sexual vai ressaltar os argumentos do partido sobre os abusos de poder e corrupção dos republicanos. Mas os democratas também precisam manter o foco em assuntos mais amplos e na necessidade de mudança em Washington, disse.

"O tema está claro. O povo americano entendeu", disse Schoen. "Os democratas têm que ressaltar a necessidade novas faces e de uma nova visão."





Fonte: Reuters

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