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Internacional
Domingo - 08 de Outubro de 2006 às 09:41

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Cerca de 400 mil paquistaneses passarão seu segundo inverno sem abrigo definitivo, exatamente um ano depois do terremoto que matou mais de 75 mil pessoas naquele país do sudeste asiático.

A estatística, da Cruz Vermelha, pairou sobre as homenagens oficiais às vítimas da tragédia, neste domingo. A principal cerimônia foi uma solene deposição de flores pelo presidente paquistanês, Pervez Musharraf, na cidade de Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa.

No dia 8 de outubro de 2005, exatamente às 8h52 locais (0h52 de Brasília), um terremoto de 7,6 graus na escala Richter irrompia a partir de um epicentro nas proximidades de Muzzaffarabad, que ficou completamente destruída.

Na capital Islamabad, uma vigília durante a noite relembrou os mortos no desabamento das Torres Margalla, um prédio de dez andares no centro da cidade.

Entre os presentes estava o residente Muhammad Omer, que diz ter sido resgatado depois de ter esperado 26 horas entre os escombros.

"Estamos aqui para celebrar e consolar os parentes dos mortos, e rezar pelos mortos", ele afirmou.

Escolas Mas os minutos de silêncio observados no país não calaram as queixas de milhares de paquistaneses que ainda não puderam retomar sua vida após a tragédia.

Mais de 6 mil escolas destruídas ainda esperam pela reconstrução. O terremoto, no início do dia, causou a morte de 18 mil crianças que se dirigiam a suas salas de aula.

A correspondente da BBC, Barbara Plett, disse que em muitas áreas as classes continuam a ser dadas em barracas improvisadas, ou ao ar livre.

Em um vilarejo montanhês da Caxemira, onde 49 crianças morreram, os estudantes disseram à correspondente que superaram o medo de voltar às salas de aula com o incentivo dos professores. Mas as salas de aula ainda não foram reconstruídas.

Protestos No sábado, cerca de mil pessoas protestaram em Islamabad, acusando o governo de malversar os fundos e a ajuda para a reconstrução.

O governo é acusado de redirecionar a ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) para entidades não-governamentais ligadas a grupos extremistas islâmicos.

O presidente Pervez Musharraf rejeitou as críticas, e disse que a infra-estrutura básica será providenciada a todas as pessoas afetadas pelo tremor.

Ele afirmou que 80% dos trabalhos de reconstrução estarão concluídos nos próximos três anos. O terremoto, cujo epicentro estava cerca de 80 quilômetros ao nordeste de Islamabad, foi sentido em todo o sul da Ásia, do Afeganistão a Bangladesh.

Dezenas de comunidades isoladas ao longo da cordilheira do Himalaia foram afetadas. Parte das estradas e da infra-estrutura de comunicação desapareceu.

Após a tragédia, a comunidade internacional prometeu ajudar com um montante de US$ 5,4 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões) para socorrer os sobreviventes, que já começavam a sofrer sob os primeiros ventos do inverno no Himalaia.





Fonte: BBC Brasil

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