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Internacional
Domingo - 08 de Outubro de 2006 às 06:33

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Há um ano, um terremoto de 7,6 graus na escala Richter matou 73 mil pessoas e devastou a Caxemira, onde muitos sobreviventes se queixam da lenta reconstrução, da pequena resposta governamental e da corrupção.

O som de sirenes avisou do início de um minuto de silêncio no Paquistão, às 8h52 (0h52 em Brasília), na hora em que ocorreu o sismo na região da Caxemira, perto da cidade de Muzaffarabad, que ficou totalmente destruída pela catástrofe.

O chefe de Estado do Paquistão, Pervez Musharraf, viajou à cidade para presidir uma cerimônia de homenagem às vítimas, que foram lembradas em todo o país com ofícios religiosos e vigílias, como a que aconteceu em frente aos destroços da torre Margalla, em Islamabad.

Dias após o terremoto de 8 de outubro de 2005, o Governo paquistanês prometeu que reconstruiria até a última pedra para compensar os desabrigados o mais rápido possível e sediou uma conferência internacional de doadores para financiar a reabilitação.

No entanto, qualquer pessoa que esteja na Caxemira pode observar que o ritmo de trabalho é muito lento.

Segundo Mehtab Khan Abbasi, ex-ministro da Província da Fronteira Noroeste, os desabrigados dessa região ainda estão se recuperando, após o impacto de ter perdido entes queridos, casas e propriedades.

"Eles lembram das promessas dos governantes e ficam frustrados porque poucas foram cumpridas", diz Khan. "O povo sabe tudo sobre a ajuda para a reabilitação enviada por outros países e está chateado porque não chegou a ele".

Além disso, os lentos trâmites burocráticos que afetam o pagamento de indenizações e os planos de reconstrução levarão os desabrigados a passarem outro inverno sem moradia.

Em Balakot, na região noroeste, milhares de desabrigados receberam apenas um primeiro cheque de 325 euros por proprietário e esperam o segundo, como prometido pela Autoridade para a Reabilitação e Reconstrução após o Terremoto.

Balakot é uma das cinco cidades mais destruídas pelo sismo na província e muitos de seus habitantes se queixam de como a distribuição do dinheiro foi feita, devido a numerosos impedimentos burocráticos.

Um dos temas polêmicos é o plano governamental de construir uma nova Balakot em Bakrial, um povoado próximo, depois que o terremoto matou 14 mil de seus habitantes, mas a população resiste a abandonar a localização tradicional de sua cidade.

Segundo Behram Khan, um merceeiro do mercado reconstruído na velha cidade, "pelo menos a inauguração da nova Balakot criará mais oportunidades e esperanças para que os desabrigados pelo terremoto tenham uma vida mais segura".

Ali Ahmed, um jovem de 25 anos, está contente com a barraca de comércio que possui no grande bazar da cidade, junto a outras cem lojas que emergiram dos escombros de Balakot, onde 95% das casas foram destruídas pelo sismo.

As novas lojas construídas no mercado configuram um lugar que viveu uma grande atividade comercial antes do sismo. Nos últimos meses, o novo mercado se desenvolveu bastante graças ao mês do Ramadã.

Embora a maioria da população tenha se mudado para os distritos de Mansehra e Abbottabad, ainda há muitas pessoas vivendo em abrigos nos provados próximos a Balakot que usam o novo bazar para obter seu sustento diário.

Com o lento ritmo dos planos do Governo para estabelecer uma cidade modelo em uma área próxima, os moradores da cidade se esforçam para reconstruir suas vidas entre pilhas de escombros.

O Governo calcula que estabelecer a nova cidade modelo em Bakrial levará pelo menos cinco anos, porque, segundo o presidente da Autoridade para a Reabilitação e Reconstrução após o Terremoto, Altaf Saleem, é preciso elaborar um bom planejamento.

Até lá, as famílias que ainda não abandonaram a região para lugares mais seguros continuarão vivendo nas tendas e nos abrigos construídos entre os escombros de suas casas destruídas.





Fonte: EFE

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