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Internacional
Sábado - 07 de Outubro de 2006 às 22:23

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O principal candidato oposicionista da Venezuela, Manuel Rosales, fez seu maior ato desde o início de sua campanha à Presidência, atraindo dezenas de milhares de seguidores numa disputa pela popularidade nas ruas com o presidente Hugo Chávez.

A oito semanas das eleições, uma multidão lotou a avenida Libertador, no centro da cidade, onde o social-democrata Rosales criticou Chávez por "dar de presente" a riqueza petroleira, mas ao mesmo tempo prometendo manter e melhorar os populares programas sociais do governo, denominados "missões".

Entusiasmado com a demonstração de força, Rosales comemorou a chegada de "quarteirões e quarteirões de pessoas" a seu ato, que fez lembrar os melhores tempos da oposição.

O candidato oposicionista disse ser "mentira" que a espada de Simón Bolívar esteja vagando pela América Latina, uma crença disseminada na região, depois que a guerrilha colombiana M-19 roubou a espada do Libertador, em 1974, e a devolveu nos anos 1990, levantando suspeitas de que a peça restituída não seria a original e que a verdadeira estaria vagando pela região.

"O que vaga pela América Latina é a carteira dos venezuelanos, presenteando nossa riqueza, presenteando o que é do povo, presenteando o petróleo, nossos dólares para outros países", afirmou.

Rosales prometeu que se chegar ao poder, vai melhorar as "missões" de Chávez.

"Vamos melhorar e aperfeiçoá-las, mas não vamos obrigar ninguém que esteja em uma missão a entrar em um partido político (...). Não se preocupem os que querem estar nas missões", disse, dirigindo-se à base social oficialista.

Segundo ele, a Venezuela tem "um governo marionete (...) controlado em Cuba", em alusão à aliança com o chefe de Estado cubano, Fidel Castro.

"Temos na Venezuela mais de 80 mil cubanos dirigindo os ministérios, as instituições, metidos nas Forças Armadas, até nos cartórios e nos registros, isto vai acabar", garantiu.

Ele questionou ainda que em oito anos de governo de Chávez a bonança petroleira tenha permitido à Venezuela obter "rendimentos de 400 bilhões de dólares", mas que "é um paradoxo ter um povo pobre e um governo muito rico", com 35 bilhões de dólares em reservas.

O candidato da oposição e governador reeleito do estado petroleiro de Zulia disse que "dois em cada três venezuelanos estão desempregados ou trabalham na economia informal".

Rosales ratificou seu projeto para destinar um quinto da renda petroleira para dar aos desempregados um cartão de débito com saldo médio de 300 a 500 dólares batizado de "Minha Negra" por ser esta a cor do petróleo.

Ele disse ainda que as missões de Chávez são "migalhas que sobram do grande festim petroleiro celebrado na Venezuela" e prometeu aos investidores "respeitar a propriedade privada" e a segurança jurídica "para que volte o capital".

Rosales questionou o adversário, em cujos oito anos de governo foram cometidos "mais de 90.000 crimes e assassinatos" e que "todas as semanas há centenas de mortos na Venezuela" a mando da "delinqüência, da guerrilha e dos paramilitares".

Sem mencionar Chávez, ele lembrou que o presidente "diz que vai ficar lá até morrer, como se fosse o dono da Venezuela" antes de finalizar dizendo que a alternativa na Venezuela é "a democracia, a liberdade ou a ditadura".





Fonte: AFP

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