Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 07 de Outubro de 2006 às 12:55

    Imprimir


O Japão pedirá ao Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas uma resolução imediata que estipule sanções à Coréia do Norte caso este país realize um teste nuclear "que ponha em risco a paz internacional", disse hoje o ministro de Assuntos Exteriores japonês, Taro Aso.

"O Japão acha que um teste nuclear feito pela Coréia do Norte seria uma grave ameaça à paz e à segurança, não só do Japão, mas também do Nordeste da Ásia e de toda a comunidade internacional.

Isso seria absolutamente inaceitável", disse o ministro.

Num comunicado oficial, Aso exigiu que a Coréia do Norte desista dos planos anunciados na última terça-feira, quando o Ministério de Assuntos Exteriores norte-coreano disse que fará um teste nuclear "no futuro" para elevar seu "poder de dissuasão" em relação aos Estados Unidos.

O ministro japonês disse também que, se a Coréia do Norte realizar este teste, "apesar da preocupação expressada pela comunidade internacional, o Japão considerará que o Conselho (de Segurança) deverá adotar rapidamente uma resolução que contenha medidas severas" contra o país.

Segundo analistas e políticos japoneses e sul-coreanos, esse "futuro" poderia ser amanhã mesmo.

Neste domingo, a Coréia do Norte lembra a nomeação, em 1997, de seu líder, Kim Jong-il, à frente do Partido dos Trabalhadores, três anos após a morte de seu pai, Kim Il-sung, que foi fundador e presidente da Coréia do Norte.

O evento, junto com os planos norte-coreanos, acabou por criar preocupação na Coréia do Sul e no Japão, onde os respectivos Governos mandaram seus departamentos estatais vigiarem qualquer vibração subterrânea e fluxos de radiatividade fora do comum.

Caso o teste nuclear ocorra de fato, ele provavelmente será subterrâneo, possivelmente numa das minas norte-coreanas que podem abrigar as estruturas necessárias para este tipo de evento.

Fontes chinesas fizeram menção a um complexo de minas no norte do país, onde foi verificada uma atividade especial e no qual existe um túnel subterrâneo de 2 mil metros de profundidade.

No Japão, o Governo anunciou neste sábado que ordenou as Administrações locais que ponham para funcionar o equipamento existente para avaliar os níveis de radiação e medir a presença de partículas como o Césio 137 e o Estrôncio 90, que podem ser indicadores da realização de um teste nuclear.

Esses equipamentos já medem, durante todo o dia, os níveis dos raios gama existentes na atmosfera.

Enquanto isso, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, viaja amanhã para Pequim. A crise dos testes norte-coreanos, sem dúvida, será um dos assuntos prioritários entre ele e o presidente da China, Hu Jintao.

A Coréia do Sul disse hoje que enviará um emissário à China na segunda-feira para analisar a situação.

Também neste sábado, o Governo sul-coreano disse estar satisfeito com a rapidez da mobilização da comunidade internacional na condenação dos planos norte-coreanos, sobretudo no Conselho de Segurança da ONU.

O ministro de Assuntos Exteriores do Japão disse que concorda com a posição da Coréia do Sul e, mais uma vez, parabenizou a declaração feita na sexta-feira pelo CS, na qual o grupo pede que a Coréia do Norte desista de realizar os testes.

Na declaração presidencial, o Conselho pede à Coréia do Norte que desista de realizar "qualquer ação que agrave a atual tensão" no leste da Ásia.

O documento diz que um eventual teste nuclear "fará com que a paz, a estabilidade e a segurança na região corram perigo".

O CS frisou que um teste atômico obrigaria a uma "condenação universal" por parte da comunidade internacional.

O comunicado também pede que a Coréia do Norte retorne "imediatamente" às negociações multilaterais sobre seu programa nuclear com a Coréia do Sul, os EUA, o Japão, a Rússia e a China.

Desde novembro, a Coréia do Norte vem se recusando a participar do diálogo com estes países. Para voltar a participar dele, Pyongyang exige a retirada das sanções financeiras impostas pelos EUA, a uma série de bancos e entidades financeiras suspeitas de lavar dinheiro para o país comunista.

O Conselho de Segurança também pediu ao Governo norte-coreano que acate a declaração conjunta de 19 de setembro de 2005, na quarta rodada das negociações multilaterais.

Nesse dia, a Coréia do Norte se comprometeu a se desfazer de seus programas nucleares e a respeitar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e as salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em troca, o país receberia assistência econômica e certas garantias de segurança.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/270223/visualizar/