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No Brasil é difícil não fazer alianças com pessoas acusadas, diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso justificou as alianças do presidenciável tucano Geraldo Alckmin com políticos com passado duvidoso dizendo que "na política brasileira é difícil não fazer alianças com pessoas acusadas de algo. Lula o fez, e eu também. Nosso sistema requer alianças, requer votos, e, no segundo turno, todo mundo participa. Não há outra forma", disse FHC ao jornal argentino "La Nación".
Segundo FHC, Alckmin é "um técnico que estuda os temas", enquanto Lula usa "técnicas populistas". Os dois, porém, têm basicamente o mesmo programa político: "O programa, em linhas gerais, é o mesmo desde 1994. O que os brasileiros estão escolhendo agora é um estilo de condução. O PT introduziu a utilização da máquina pública para fins pessoais ou do partido, e as pessoas não gostaram disso", disse FHC: "A luta é pelo poder".
FHC afirmou que o desempenho na campanha surpreendeu o PSDB, que no início não acreditava que Alckmin pudesse levar a disputa para o segundo turno. "Pensava-se que Lula era invencível. Alckmin conseguiu uma proeza, porque o eleitor podia se perguntar: por que vou tirar este e pôr no lugar outro que não conheço, se a economia vai mais ou menos bem? Mas Lula começou a dar a impressão de que sua vitória seria um risco, porque tem comportamento imprevisível."
O ex-presidente atribuiu o resultado aos erros do petista: "Primeiro, seu grupo cometeu muitos erros, construindo esse dossiê contra nosso candidato em São Paulo, José Serra. Depois, ele não foi ao debate, uma atitude um pouco arrogante. E também é preciso admitir que nos últimos dias os meios de comunicação foram muito duros com Lula". FHC não mencionou que ele também não foi a nenhum debate na sua campanha à reeleição, em 1998.
Segundo FHC, Lula ganhou "no Brasil onde o desenvolvimento econômico é mais fraco e o Estado é mais forte", "onde os favores políticos são maiores". "O Brasil ficou dividido, mas não entre ricos e pobres. Ficou dividido entre avançados e atrasados", declarou ele.
Para o tucano, se Lula quiser comparar seu governo com o dele, "vai perder". Mas FHC se equivocou ao escolher o desemprego como exemplo. "Em meu primeiro mandato, o desemprego era de 5% ou 6%. No segundo, era de 7% a 8%. Agora é de 10%. Ele [Lula] disse que criou 7 milhões de empregos e nós, 700 mil. Como é possível, se agora o índice de desemprego é maior?" Na realidade essa comparação não pode ser feita porque em 2002 o IBGE realizou uma ampla modificação conceitual e metodológica, que elevou a taxa de desemprego média de 6% (na metodologia antiga) para 11,7% (na nova).
FHC chegou a admitir que pode ter havido corrupção em seu governo: "É impossível garantir que não exista corrupção em um governo. A diferença é que agora há um estímulo à utilização dos métodos corruptos por líderes do partido governista e de pessoas ligadas ao governo", ressaltou. "Lula não expulsa ninguém [do partido] ou acaba enaltecendo os acusados, dizendo que são boas pessoas."
"Lula é um pouco um caudilho, com alguns traços mais do peronismo do que do chavismo." Para o ex-presidente, é justamente por ter esse perfil que o petista "não tem herdeiros [políticos]". "Um caudilho acredita sempre que é único."
Falou também de Lula como um "símbolo", que não controla o dia-a-dia do governo nem de seu partido "porque não tem paciência". "Lula é uma pessoa excepcional, que veio do nada. Mas é uma pena, porque está eliminando o simbolismo de sua figura. Lula nunca foi líder, mas sim um símbolo. É importante que um país tenha símbolos e inclusive mitos. Mas agora o Lula presidente está matando o Lula símbolo". Alckmin, ao contrário, é o oposto: "sério" e cuida das contas públicas.
Segundo FHC, Alckmin é "um técnico que estuda os temas", enquanto Lula usa "técnicas populistas". Os dois, porém, têm basicamente o mesmo programa político: "O programa, em linhas gerais, é o mesmo desde 1994. O que os brasileiros estão escolhendo agora é um estilo de condução. O PT introduziu a utilização da máquina pública para fins pessoais ou do partido, e as pessoas não gostaram disso", disse FHC: "A luta é pelo poder".
FHC afirmou que o desempenho na campanha surpreendeu o PSDB, que no início não acreditava que Alckmin pudesse levar a disputa para o segundo turno. "Pensava-se que Lula era invencível. Alckmin conseguiu uma proeza, porque o eleitor podia se perguntar: por que vou tirar este e pôr no lugar outro que não conheço, se a economia vai mais ou menos bem? Mas Lula começou a dar a impressão de que sua vitória seria um risco, porque tem comportamento imprevisível."
O ex-presidente atribuiu o resultado aos erros do petista: "Primeiro, seu grupo cometeu muitos erros, construindo esse dossiê contra nosso candidato em São Paulo, José Serra. Depois, ele não foi ao debate, uma atitude um pouco arrogante. E também é preciso admitir que nos últimos dias os meios de comunicação foram muito duros com Lula". FHC não mencionou que ele também não foi a nenhum debate na sua campanha à reeleição, em 1998.
Segundo FHC, Lula ganhou "no Brasil onde o desenvolvimento econômico é mais fraco e o Estado é mais forte", "onde os favores políticos são maiores". "O Brasil ficou dividido, mas não entre ricos e pobres. Ficou dividido entre avançados e atrasados", declarou ele.
Para o tucano, se Lula quiser comparar seu governo com o dele, "vai perder". Mas FHC se equivocou ao escolher o desemprego como exemplo. "Em meu primeiro mandato, o desemprego era de 5% ou 6%. No segundo, era de 7% a 8%. Agora é de 10%. Ele [Lula] disse que criou 7 milhões de empregos e nós, 700 mil. Como é possível, se agora o índice de desemprego é maior?" Na realidade essa comparação não pode ser feita porque em 2002 o IBGE realizou uma ampla modificação conceitual e metodológica, que elevou a taxa de desemprego média de 6% (na metodologia antiga) para 11,7% (na nova).
FHC chegou a admitir que pode ter havido corrupção em seu governo: "É impossível garantir que não exista corrupção em um governo. A diferença é que agora há um estímulo à utilização dos métodos corruptos por líderes do partido governista e de pessoas ligadas ao governo", ressaltou. "Lula não expulsa ninguém [do partido] ou acaba enaltecendo os acusados, dizendo que são boas pessoas."
"Lula é um pouco um caudilho, com alguns traços mais do peronismo do que do chavismo." Para o ex-presidente, é justamente por ter esse perfil que o petista "não tem herdeiros [políticos]". "Um caudilho acredita sempre que é único."
Falou também de Lula como um "símbolo", que não controla o dia-a-dia do governo nem de seu partido "porque não tem paciência". "Lula é uma pessoa excepcional, que veio do nada. Mas é uma pena, porque está eliminando o simbolismo de sua figura. Lula nunca foi líder, mas sim um símbolo. É importante que um país tenha símbolos e inclusive mitos. Mas agora o Lula presidente está matando o Lula símbolo". Alckmin, ao contrário, é o oposto: "sério" e cuida das contas públicas.
Fonte:
Folha de S. Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/270252/visualizar/
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