Cerca de 150 pessoas participaram de Seminário de Tuberculose
O coordenador do Investimento Líquido do Exterior no País (Ilep) e representante da Dahw no Brasil, Manfred Robert Gobel foi um dos palestrantes de ontem e foi o responsável pela implantação do trabalho de detecção de hanseníase e tuberculose no município em 1979, quando a cidade possuía apenas um posto de saúde.
A entidade alemã auxiliou o município no processo de implantação dos serviços de detecção das doenças que hoje é destaque no Brasil, inclusive com um sistema de informações de doenças premiado pelo Ministério da Saúde, conforme destacou o consultor do Ministério da Saúde, Dr. Cláudio Romano, também palestrante neste 1º Seminário. Gobel avalia o evento como primordial para que os profissionais da saúde voltem seus olhos para estas doenças e lembrem que diagnosticá-las precocemente é importante. Sobre a taxa de hanseníase em Rondonópolis estar superior a preconizada pelo Ministério da Saúde, Manfred destaca que o município não tem como controlar a doença devido ao fluxo de pessoas provenientes de outras cidades e Estados.
Ele salienta que a doença é transmitida por vias aéreas e pode ficar incubada até 20 anos. O que facilita a cidade a não ser área de maior incidência endêmica, salientou, é que 90% da população é imune à hanseníase, mas quanto aos 10% restantes deve haver um eficiente controle e busca de novos casos.
Destacando os números da doença, em 2005 ele enfatiza que Mato Grosso constatou 3.800 casos, 300 deles em crianças. No Brasil o número de hansenianos foi de 40 mil no ano passado.
De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Rondonópolis, de janeiro a agosto deste ano registrou-se 94 casos confirmados de hanseníase e 38 de tuberculose, que foram encaminhados para tratamento nas unidades de referência. No ano passado foram encaminhados ao tratamento 189 pessoas com casos de hanseníase e 55 de tuberculose confirmados.
O secretário Municipal de Saúde, Fábio Cardozo representando o prefeito de Rondonópolis, Adilton Domingos Sachetti (PPS), na abertura do Seminário, lembrou que a Secretaria promove constantemente mutirões de busca ativa e por isso tem conseguido detectar as doenças na fase inicial. Ele informou que o paciente recebe o tratamento de forma devida pelos profissionais da saúde, além do acompanhamento até a cura.
Confira a programação do evento
Ontem foram ministradas as palestras: “Situação Epidemiológica da Tuberculose no Brasil e no Mundo”, ministrada pelo Dr. Joseney Pires dos Santos, da Coordenação Nacional das Grandes Endemias, do Ministério da Saúde; “Panorama da Tuberculose no Estado de Mato Grosso e Experiência em Tratamento Organizadamente Direcionado –Tratamento Supervisionado em Tuberculose em Mato Grosso e Rondonópolis”, com as profissionais Simone Escudero Gutierrez e Marilda Santos Spinelli; “História da Organização Alemã”, com o coordenador do Investimento Líquido do Exterior no País (Ilep) e representante da Dahw no Brasil; Manferd Gobel; “Fundamentos de Programa de Controle da Tuberculose –Atenção ao Cliente”, com o consultor do Ministério da Saúde, Dr. Cláudio Romano.
No período da tarde os temas abordados foram: “História da Tuberculose, Diagnóstico e Tratamento da Tuberculose na Infância”, com a médica pneumologista pediatra, Drª. Cláudia Costa; “Co-infecção TB/HIV”, com o médico infectologista Dr. Juliano Bevilacqua e depois houve debates para enceramento do dia.
Palestra sobre “Situação Epidemiológica da Hanseníase no Brasil e Mato Grosso”, com Sérgio Bianco Jr.; “Situação Epidemiológica da Hanseníase em Rondonópolis”, com a enfermeira técnica do Programa de Hanseníase da Secretaria de Saúde de Rondonópolis, Neusa Broch Coelho; “Diagnóstico e Tratamento da Hanseníase”, ministrada pelo Doutor em Dermatologia e professor adjunto de Dermatologia da UFMS, Dr. Hans Gunter; “Reações Hansênicas”, pelo médico dermatologista e hansenólogo, Dr. Cássio Ghidella; “Prevenção de Incapacidades Técnicas Simples”, com o Dr. Sérgio Bianco Jr.; e debates, encerrarão o evento.
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