Atraso em obras põe passageiros de Congonhas em risco

A Infraero informou hoje que vai iniciar nesta noite as obras de retirada do emborrachamento e aumento da textura da pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, interditado nesta manhã depois que um avião da Gol derrapou após pousar.

A reforma foi anunciada pela empresa em março logo após um acidente semelhante com uma aeronave da empresa BRA, que ficou presa à cabeceira. Porém, um atraso na licitação impediu que a obra fosse iniciada no período previsto na época do primeiro acidente, entre junho e agosto deste ano.

Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, a licitação passou por problemas técnicos, o que adiou o início das obras. No entanto, a empresa não informou que tipo de problema provocou o atraso.

O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, admitiu que a pista tem problemas e afirmou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai se reunir com o piloto do avião para apurar como ocorreu o incidente.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, sugeriu que o aeroporto de Congonhas fosse fechado para pousos e decolagens em dias de chuva, para evitar acidentes como o de hoje. "Na minha opinião, a solução é que, em dias de chuva, aeronaves não operem em Congonhas", disse ele. Diariamente, o aeroporto recebe cerca de 600 vôos.

A Infraero informou que a decisão de interditar ou não a pista, em caso de chuva, cabe ao Comando do Controle de Tráfego Aéreo, que verifica as condições meteorológicas e as condições de tráfego.

As obras na pista terão início nesta noite e o aeroporto será fechado. O tráfego aéreo será desviado para Guarulhos. A Infraero informou que as obras devem durar cerca de 15 dias. A empresa informou ainda que todas as pistas que controla são seguras, pois seguem toda a recomendação de organismos internacionais de segurança.

O incidente desta manhã provocou a interdição do aeroporto por cerca de uma hora. O vôo 1941, que havia saído de Cuiabá, pousou às 6h05. A derrapagem ocorreu às 6h07, quando o avião já manobrava na pista.

Dos 122 passageiros e seis tripulantes, ninguém ficou ferido. A Infraero confirmou que o incidente foi provocado pela aquaplanagem do avião, devido à água acumulada na pista pela chuva que atingiu São Paulo.