Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 06 de Outubro de 2006 às 15:39
Por: Nika Pereira

    Imprimir


Uma comunidade em festa e contando os dias para o resultado do Programa “Jovens Embaixadores”. É assim que está o município de Vera (a 486 km de distância de Cuiabá), onde mora e estuda Priscila Machado de Castro. Ela é uma das três finalistas do programa que vai levar estudantes do Brasil para um intercâmbio nos Estados Unidos.

O resultado do concurso está previsto para sair no próximo dia 10 de outubro. Até lá, Priscila Machado de Castro, 16 anos e aluna do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual "Nossa Senhora do Perpetuo Socorro", continua sua vida normalmente de estudante e voluntária em vários serviços sociais.

Para ficar entre os três melhores, Priscila teve que passar por uma série de testes, mas ressalta que um deles ela faz com muito orgulho, o voluntariado. Com o programa “Ave Maria”, na Rádio Comunitária Tropical, ela leva a palavra de Deus para jovens e adolescentes. Na catedral faz um serviço voluntário dando aulas de Catequese às crianças da comunidade.

A aluna utiliza a rádio para pedir donativos como roupas, alimentos e passagens. “Por meio do programa procuramos ajudar quem realmente precisa. Sabemos que por ser uma cidade pequena, onde os pais trabalham a maioria em serrarias e fazendas, os filhos ficam sem referencial e buscamos ajudá-los da melhor maneira possível”, disse a aluna.

Priscila também é voluntária do Rotary Clube, onde ajuda a arrecadar donativos para o “Natal Sem Fome” e a APAE de Vera, que é mantida pelo município. “As crianças para quem dou aula na catequese também ajudam na arrecadação, é um trabalho conjunto onde todo mundo se envolve”, acrescentou.

Para a finalista, não existe recompensa maior do que o sorriso das crianças e das famílias. “Estou feliz por chegar tão longe num programa como este. Até porque um dos requisitos é o serviço voluntário, que acho muito importante, pois nem sempre a ajuda dos governos chega a quem precisa. Se cada um fizer a sua parte podemos mudar um pouco a vida dessas pessoas”, afirma.

Mesmo com pouca idade, Priscila já é formada há três anos em inglês, curso que começou aos cinco. Hoje, dá aulas particulares no Instituto Educacional Superação para 1ª, 3ª e 4ª série. “Graças a minha mãe comecei a fazer inglês”. Mas além disso, ela quer se formar em Bioquímica ou algo ligado a Saúde. “Decidi por essa área por achar que a saúde é o bem mais precioso da vida. Sem ela a gente não faz nada”.

Caso vença o concurso, já sabe a primeira coisa que vai fazer para comemorar: cantar a música ‘Pra não Dizer que Falei das Flores”, de Geraldo Vandré. “Eu e a minha mãe gostamos muito daquela música e com certeza vamos cantá-la para comemorar”.

A mãe, Marilene Machado de Castro, toca violão e também é professora das disciplinas de Língua Portuguesa e de Inglês na escola. Foi dela que a “menina Priscila”, como costuma ser chamada pelos amigos e professores, herdou o gosto pelo voluntariado, já que ela é voluntária na Pastoral da Comunicação e na APAE. “Sempre falei pra Priscila aproveitar as oportunidades, porque o estudo, o conhecimento são as únicas coisas que ninguém tira da gente”, destacou.

Marilene considera que sua filha é um dos raros milagres da vida, já que foi desenganada pelos médicos ainda na sua barriga, quando teve tuberculose. Esse fato dava a Priscila apenas 20% de chance de nascer e se nascesse teria problemas. Conformada com a idéia de ter uma criança especial, ela começou a freqüentar a APAE. Desde então dedicou as horas vagas ao voluntariado. “Graças a Deus, ela nasceu com muita saúde”, relata a mãe.

O diretor da unidade escolar Gerson Cardoso Kempes lembra que a aluna Priscila sempre foi muito dedicada. Conforme ele, o prêmio é o reconhecimento da melhoria da qualidade da educação como um todo. “Sem dúvida pra gente é interessante, isso demonstra o trabalho que a escola desenvolve. Ela é uma menina esforçada dedicada, inteligente, destaque em tudo que ela participa, inclusive, a aluna do ano de 2005”.

Vera

Fundada em 29 de julho de 1976, Vera passou à condição de distrito de Chapada dos Guimarães e, em 13 de maio de 1986, teve seu território desmembrado de Sinop e Paranatinga, quando conquistou a emancipação político-administrativa. O município recebeu este nome por dois motivos: primeiro em homenagem ao Brasil: “Ilha de Vera Cruz” e o outro o desejo que os desbravadores da época tinham em homenagear as mulheres.

Com 11.126 habitantes, a cidade foi a primeira a ser povoada numa grande extensão de terras denominada Gleba Celeste, próximas ao rio Cayabi. O primeiro ramo de plantio foi o cafeeiro, mas, devido à crise do Brasil neste setor, a agricultura cedeu espaços para outras culturas. Por muitos anos as madeireiras sustentavam a economia. Atualmente o setor predominante é, mais uma vez, a agricultura.





Fonte: Da Assessoria

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/270387/visualizar/