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Internacional
Sexta - 06 de Outubro de 2006 às 10:23

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O novo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, inicia este fim de semana uma viagem por China e Coréia do Sul com a esperança de melhorar as relações com os vizinhos asiáticos e buscar uma posição comum para a crise nuclear norte-coreana.

A primeira viagem de Shinzo Abe como chefe de Governo será dominada pela Coréia do Norte, que tem planos de testar uma bomba atômica e pode cumprir a ameaça a qualquer momento.

Porém, a viagem também tem grande significado para a posição japonesa na região, afetada consideravelmente pelas visitas do ex-premier Junichiro Koizumi ao polêmico santuário patriótico de Yasukuni.

Shinzo Abe, que durante muito tempo foi considerado um representante da linha dura na Ásia, viaja no domingo a Pequim na primeira visita de um chefe de Governo nipônico à China em cinco anos.

O novo primeiro-ministro, que assumiu o poder em 26 de setembro, se reunirá com o presidente chinês Hu Jintao e com o colega Wen Jiabao antes de visitar a Coréia do Sul na segunda-feira.

Abe está sob forte pressão dos líderes empresariais nipônicos para melhorar as relações com a China, que tem um veloz crescimento econômico e é o principal sócio comercial do Japão.

As autoridades chinesas se negavam a convidar seu antecessor, Junichiro Koizumi, sobretudo por suas visitas ao santuário de Yasukuni, que é considerado um símbolo das agressões bélicas do Japão.

A agência nipônica Jiji Press citou nesta sexta-feira um alto funcionário do governo chinês, não identificado, que afirmou: "Esta visita é possível porque estamos convencidos de que o primeiro-ministro Abe não visitará o santuário de Yasukuni enquanto permanecer no cargo".

Shinzo Abe criou o risco de uma nova polêmica nesta sexta-feira ao insistir que os principais líderes da Segunda Guerra Mundial condenados por um tribunal dirigido pelos Estados Unidos não eram "criminosos de guerra".

"Abe decidiu correr o risco de realizar conversações sem ter garantias de chegar a um acordo a respeito da questão de Yasukuni", disse Hidekazu Kawai, professor honorário de política internacional na Universidade Gakushuin de Tóquio.

"Se conseguir obter uma recepção cortês na China e conseguir superar a questão de Yasukuni, sua diplomacia pode ter um bom começo. Sua viagem será a pedra angular para prever a direção da diplomacia de Abe", acrescentou.

Shinzo Abe escolheu os dois países vizinhos como seu primeiro destino no exterior em contraste com Koizumi, que visitou primeiro os Estados Unidos, principal aliado do Japão.

O primeiro chefe de Governo japonês nascido depois da Segunda Guerra Mundial fez carreira política pregando uma linha dura frente à Coréia do Norte.

Não se sabe se conseguirá reconciliar sua posição com China e Coréia do Sul, que preferem um enfoque mais suave em relação ao vizinho comunista.

"Porém, não será tão difícil para Abe persuadir China e Coréia do Sul a enviar uma mensagem conjunta à Coréia do Norte ante as circunstâncias atuais", explicou Yoshinobu Yamamoto, professor de política internacional da Universidade Aoyama de Tóquio.





Fonte: AFP

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