Condoleezza Rice pede a líderes iraquianos o fim da violência
Após a visita surpresa ao Iraque, Rice tem agendada para a tarde desta sexta-feira uma reunião sobre o programa nuclear iraniano em Londres.
Na última etapa de sua breve visita ao Iraque, a secretária de Estado se reuniu durante 45 minutos em Erbil (norte) com o presidente da região autônoma curda do Iraque, Massud Barzani, que freqüentemente invoca o direito do Curdistão de dispor de seus próprios recursos e até a eventualidade de uma secessão.
As conversas realizadas em Erbil, capital do Curdistão, foram destinadas a convencer os dirigentes curdos a apoiar um projeto de lei em discussão em Bagdá que prevê que os recursos provenientes do petróleo sejam compartilhados entre todos os iraquianos e não beneficiem apenas uma comunidade.
"Nossa opinião, que a meu entender é compartilhada pela maioria dos iraquianos, é a de que o petróleo deve ser um fator de unificação e não um fator que conduza a uma menor unidade no país", declarou Rice aos jornalistas.
Depois de se encontrar com a secretária de Estado, Barzani afirmou durante entrevista coletiva conjunta: "Nós somos partidários de uma distribuição eqüitativa da receita do petróleo para os iraquianos". Durante a entrevista estavam hasteadas as bandeiras do Curdistão e dos Estados Unidos, mas não a do Iraque.
"O Curdistão, como qualquer outra nação, tem direito à autodeterminação", acrescentou Barzani. No entanto, esclareceu que "o Parlamento do Curdistão adotou, no âmbito de um Iraque democrático, o sistema federal".
"O povo curdo seguramente se encontrará em melhor situação se Bagdá e as áreas vizinhas forem estáveis e democráticas", declarou Rice.
"Nós tivemos uma excelente conversa sobre o processo de reconciliação nacional e a visão de um Iraque unificado e democrático que seja estável, que tenha paz e que esteja em paz com seus vizinhos", explicou a secretária de Estado.
Dentro de poucos dias será votado em Bagdá um projeto de lei controvertido que vai instaurar o federalismo no Iraque.
O federalismo é apoiado pelos curdos e os xiitas, mas combatido pelos sunitas, que temem se ver isolados, já que suas regiões, situadas fundamentalmente no oeste do país, são em sua maior parte desérticas e carecem de petróleo. Eles querem que o federalismo respeite uma distribuição justa das riquezas nacionais, começando pelo petróleo.
No fim de setembro, o primeiro-ministro da região curda autônoma do Iraque, Neshirvan Barzani, afirmou que os curdos queriam ser donos de seu petróleo e advertiu que qualquer interferência externa só aumentaria o desejo de independência do Curdistão.
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