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Internacional
Sexta - 06 de Outubro de 2006 às 02:57

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O presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Dennis Hastert, afirmou nesta quinta-feira que assume total responsabilidade pelo escândalo envolvendo o ex-deputado Mark Foley, do seu partido, que mandava mensagens eletrônicas para adolescentes bolsistas.

"Estamos assumindo a responsabilidade, pois é uma responsabilidade que tem que ser assumida", disse Hastert, que acrecentou que não vai renunciar ao seu cargo.

O presidente da Câmara, que é também o líder republicano na Casa, afirmou que vai exigir medidas para garantir que um escândalo como este nunca mais aconteça.

Ainda nesta quinta-feira, o Comitê de Ética da Câmara aprovou quase 50 pedidos oficiais de documentos e convocações de testemunhas como parte de uma investigação sobre o caso.

Foley, que integrava a comissão da Casa dos Representantes sobre crianças desaparecidas e exploradas, renunciou ao mandato na sexta-feira, depois que os fatos foram divulgados.

O escândalo está dominando o cenário político antes das eleições parlamentares de novembro nos Estados Unidos. Pesquisas de opinião recentes mostraram que o fato poderá causar impacto entre eleitores.

Alerta

Hastert convocou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira depois que Kirk Fordham, chefe de gabinete de Mark Foley até o começo de 2004, ter revelado que alertou o gabinete de Hastert a respeito do comportamento de Foley há mais de três anos.

Os comentários aumentaram ainda mais a pressão sobre Hastert, vinda até dos próprios republicanos.

Hastert afirmou que vai continuar como líder, mas pediu ao Comitê de Ética para pensar em novas regras para comportamentos inadequados com bolsistas.

Bolsistas são estudantes secundários designados para ajudar com o trabalho administrativo na Câmara dos Representantes.

Hastert afirmou que pediu por investigações do Comitê de Ética da Câmara, ao FBI, ao Departamento de Justiça e ao governo do Estado da Flórida, pelo qual Foley foi eleito.

"Queremos um sistema que assegure que isto nunca mais aconteça de novo e vamos fazer tudo o que for possível para garantir que este programa é seguro", disse.

Hastert negou que tinha conhecimento das mensagens trocadas entre Foley e bolsistas. "Fiquei sabendo disto na última sexta-feira... Não sei quem sabia o quê ou quando - por isso pedimos uma investigação".

"Se membros da minha equipe não fazem seus trabalhos, teremos que agir de forma apropriada", acrescentou.

Inquérito

O Comitê de Ética da Câmara dos Representantes, que conta com cinco democratas e cinco republicanos, se reuniu na quinta-feira e anunciou o início de um inquérito.

Apesar de não ter jurisdição sobre Foley, o comitê vai examinar quem ficou sabendo das alegações e quando.

O comitê já determinou mais de 50 intimações pedindo provas.

"O povo americano, e, principalmente, os pais dos atuais e ex-bolsistas, têm o direito de saber como tratamos desta situação", disse Doc Hastings, presidente do comitê.

O mais jovem dos bolsistas a receber mensagens de Foley teria 16 anos. Segundo o advogado de Foley, David Roth, o ex-deputado internou-se em uma clínica para tratar de alcoolismo. O político declarou-se gay e disse ter sido abusado sexualmente na igreja quando era adolescente, de acordo com Roth.

Segundo a mídia americana, Foley pode ter se relacionado com um jovem funcionário do Congresso e há suspeitas sobre seu comportamento desde 1995.

Foley negou, através de seu advogado, ter tido qualquer contato sexual com menores de idade.




Fonte: BBC Brasil

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