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Internacional
Quinta - 05 de Outubro de 2006 às 16:19

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Um confronto entre operários da mina estatal Huanuni e mineiros cooperativistas que tentaram ocupá-la hoje pela força, no povoado boliviano de mesmo nome, deixou quatro mortos e 25 feridos, informou o presidente da Assembléia de Direitos Humanos da Bolívia, Guillermo Vilela. "É uma lástima o que aconteceu por distração do Governo. Temos informação de que há quatro mortos e 25 feridos. A situação ainda segue em pleno confronto", disse Vilela.

Em declarações à emissora católica de rádio "Erbol", insistiu em que o Governo "não fez nada para separar os grupos em conflito" e que os mineiros assalariados e os cooperativistas continuam se enfrentando como "em um campo de batalha".

Por sua vez, o dirigente mineiro de Huanuni Roberto Chávez disse em entrevista coletiva em La Paz que "oficialmente" lhe informaram a respeito de "quatro mortos", dois deles mineiros da empresa estatal, um cooperativista e um agente da ordem, que ele não soube dizer se é policial ou militar.

Os choques começaram esta manhã, quando os cooperativistas tomaram parte da mina, e continuaram esta tarde com lutas corpo a corpo, com uso de paus e inclusive com explosão de cartuchos de dinamite na mina e nas ruas de Huanuni, de acordo com os noticiários dos meios de imprensa locais.

Os cooperativistas, que fazem parte de um setor sindical aliado ao presidente boliviano, Evo Morales, tentaram despejar das áreas de trabalho da mina os operários assalariados, que pertencem a empresa estatal, a Corporação Mineira da Bolívia (Comibol).

Os mineiros assalariados já foram partidários de Morales, mas ultimamente são críticos do Governo, ao que acusam de preferir os cooperativistas.

O ministro de Mineração, Wálter Villarroel, ex-presidente dos cooperativistas, e o governador regional (governador eleito) de Oruro, Luis Aguilar, foram até a área do conflito, situada a 288 quilômetros ao sudeste de La Paz.

O vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Alfredo Rada, assinalou que em Huanuni há "um jogo de pressões" porque ambos os grupos querem ter acesso a mais áreas de trabalho, enquanto o Executivo procura "uma fórmula de equilíbrio".

Em meados do mês passado, os cooperativistas e os mineiros assalariados, cada um por seu lado, bloquearam as estradas mais importantes da Bolívia, para exigir do Governo atenção a suas demandas.

Por vários dias, os cooperativistas fecharam as estradas do ocidente andino e, com ela, as comunicações entre La Paz e as fronteiras com o Chile e Argentina.

Em Huanuni, fecharam a principal via de comunicação com as principais cidades andinas, La Paz e El Alto, e também com Cochabamba e Santa Cruz.

Em ambos os casos, o Governo de Morales enviou o vice-presidente, Álvaro García Linera, e vários ministros, que aceitaram os pedidos dos manifestantes para pôr fim aos protestos.





Fonte: EFE

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