ONU alerta para aumento de pureza da heroína
"O aumento no fornecimento da heroína afegã pode resultar no aumento da pureza da heroína nas ruas", afirmou o diretor-executivo da Unodoc, o italiano Antonio Maria Costa, em comunicado emitido hoje em Viena.
Segundo Costa, é provável que isto impulsione um aumento substancial no número de mortes por overdose, pois os usuários não estão acostumados a injetar doses com uma concentração tão alta de droga.
O alto funcionário da ONU afirmou que as autoridades de saúde devem estar preparadas para um aumento significativo no número de mortes por overdose.
Costa afirma que as experiências passadas mostram que um aumento brusco no fornecimento de heroína levou a um aumento na pureza final da droga, e não a uma queda nos preços da substância no mercado internacional.
O diretor da Unodoc encoraja as autoridades de saúde locais e os centros de desintoxicação a adotar medidas para evitar riscos e alertar os consumidores sobre o risco representado pelas altas concentrações de pureza na heroína.
Os últimos dados da Unodoc mostram que a Rússia lidera o consumo de opiáceos no continente, com 2% da população entre 15 e 64 anos já tendo consumido alguma substância do tipo. O país é seguido pelo Reino Unido, com 1,2%.
Na América Latina, o nível de consumo de opiáceos, com exceção do Brasil, onde os níveis de consumo são de 0,6%, e El Salvador, com 0,4%.
O Afeganistão produz atualmente 92% do ópio mundial, que é consumido em forma de heroína nas ruas da Europa, Rússia e Estados Unidos, os maiores consumidores em termos absolutos da droga.
O cultivo de papoulas aumentou em 2006 para 165 mil hectares no Afeganistão, 49% a mais do que em 2005, e a colheita alcançou as 6.100 toneladas.
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