RJ reelege deputado envolvido com trabalho escravo

O deputado estadual Jorge Picciani, do PMDB carioca, foi reeleito. É o quinto mandato de Picciani, acusado pela ONG Repórter Brasil de empregar trabalho escravo em sua fazenda no Mato Grosso. O peemedebista obteve 76.468 votos, o que representa 0,94% dos votos válidos, e se reelegeu à Assembléia Legislativa do RJ.

No mês de setembro, um levantamento realizado pela ONG Repórter Brasil - que atua contra o trabalho escravo - constatou que o deputado estadual está no cadastro de empregadores envolvidos com a exploração de trabalho escravo. A fazenda de Picciani, dono da Agropecuária Vale do Suiá (Agrovás), está na chamada "lista suja" do Ministério do Trabalho e Emprego, que inclui 140 empresas e pessoas.

Em 24 de junho de 2003, uma fiscalização do grupo móvel do Ministério Público, do Ministério do Trabalho e da Polícia Federal encontrou 41 trabalhadores em situação análoga a de escravos na propriedade de Picciani, localizada em São Félix do Araguaia (MT).

Segundo o Ministério Público, o deputado está pagando uma indenização por danos morais coletivos de R$ 250 mil e passou a oferecer atendimento odontológico aos trabalhadores, como previa o acordo.

De acordo com a Procuradoria do Trabalho de Mato Grosso, a Delegacia do Trabalho do estado fiscaliza a fazenda para garantir que os direitos trabalhistas dos funcionários sejam oferecidos pela Agrovás.

O filho de Picciani, Leonardo Picciani - também do PMDB - se elegeu à Câmara dos Deputados ao ser o quinto deputado federal mais votado no RJ. Leonardo obteve 173.211 votos, o que representa 2,19% dos votos válidos. A assessoria de Jorge Picciani informou que o caso já foi resolvido com acordo trabalhista e que não há pendências. O político foi, por duas vezes, presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e é atualmente secretário-geral do PMDB regional.