Rice fracassa em fazer com que Israel amenize restrições aos palestinos
A chefe da diplomacia de Washington deixou Israel sem fazer qualquer declaração pública após os encontros com a ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni e ministro da Defesa, Amir Peretz.
"Nós esperamos obter alguns progressos nos temas do acesso e dos movimentos", disse um funcionário do Departamento de Estado americano antes das reuniões aos jornalistas que viajavam com Rice.
As autoridades esperavam anunciar a reabertura da passagem de Karni, o principal local de trânsito de produtos entre a Faixa de Gaza e o Estado israelense.
O fechamento desta passagem, em vigor desde 15 de agosto, afeta o fornecimento vital de alimentos, remédios e combustível para a Faixa de Gaza.
Um alto funcionário da segurança israelense informou na quarta-feira que Peretz apresentaria a Rice alternativas para a reabertura de Karni, assim como para o terminal de Rafah (no sul), o único lugar de trânsito dos palestinos para o estrangeiro.
Mas Peretz não fez qualquer anúncio sobre a reabertura, num sinal de que não houve acordo na reunião. O terminal de Rafah está fechado de forma quase permanente desde que Israel lançou uma ofensiva em Gaza no fim de junho destinada a recuperar um soldado seqüestrado por militantes palestinos. Foi reaberto nesta quarta e quinta-feira.
Durante um jantar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, na quarta-feira, Rice analisou as formas de suavizar as restrições impostas aos territórios palestinos.
Pouco antes, em Ramallah, Rice e Abbas apresentaram uma frente unida, afirmando que qualquer governo palestino deverá respeitar os princípios de paz elaborados pelo Quarteto para o Oriente Médio, integrado por União Européia, Rússia, Estados Unidos e as Nações Unidas.
Depois de se encontrar com Abbas na terceira etapa de sua viagem pelo Oriente Médio destinada a apoiar os líderes árabes moderados e tentar reativar o estancado processo de paz, Rice afirmou que os palestinos devem ter um governo "que respeite os princípios do Quarteto e que possa estabelecer as bases para o progresso na direção que todos desejamos".
"E essa é uma solução de dois Estados, uma solução na qual uma Palestina democrática e um Israel democrático possam viver juntos em paz", insistiu Rice durante entrevista conjunta com Abbas.
Por sua vez, Mahmud Abbas, que não conseguiu entrar em acordo com o Movimento de Resistência Islâmico (cujo acrônimo em árabe é Hamas) a respeito de uma plataforma para um governo de união nacional, disse que qualquer gabinete futuro terá que respeitar os acordos de paz do passado. Trata-se de uma das exigências cruciais do Ocidente que o Hamas se nega a aceitar.
Abbas reiterou que as conversações com o Hamas sobre a formação de um governo de união nacional não podem se prolongar indefinidamente e advertiu que "a liderança palestina decidirá as medidas a tomar para nos tirar desta crise".
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